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Joaquim Corado

Advogado e contador, com mestrado em Ciências Contábeis e pós-graduação em Gestão Municipal. Experiência como auditor tributário, professor na FES/UFAM e no IBAM/RJ, deputado estadual, prefeito municipal e em cargos de gestão pública, incluindo a SUFRAMA e a SEFAZ/AM. Também atuou como presidente do SINDIFISCO/AM e diretor da Associação Amazonense dos Municípios. Além disso, é consultor, formulador de políticas públicas e escritor.
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As invasões e a urbanização de Manaus

A urbanização da capital amazonense tem sido por meio da invasão da terras de sua área de expansão urbana, de forma intensiva e sistemática – sem o devido planejamento do poder público -, ocupando o espaço invadido, desenhando o sistema viário sem o menor conhecimento técnico para determinar o futuro arruamento e seu adequado fluxo. Assim, na grande maioria dos bairros há ruas estreitas, sem calçadas, sem rede de esgoto, rede de águas pluviais, ladeiras íngremes, aterramento de igarapés e dificuldade para instalação de rede elétrica.

A pressão da demanda habitacional por influência da migração populacional do interior e de outros Estado do Norte e do Nordeste, pela atração da Zona Franca de Manaus não atendida pelo poder público. Criou-se uma verdadeira indústria da invasão de terras, apoiada por políticos, pela igreja e muitas vezes pelo proprietário da terra – para ser desapropriado e receber do governo a gorda indenização -,e com a efetiva participação das lideranças forjadas no meio da população carente.

A estrutura organizacional dos invasores é muito bem-elaborada e com rígida hierarquia. O Cabeção é o grande líder seguido dos Cabeças, lideres intermediários, abaixo estão os Cabecinhas, os menores – são organizados e eficientes, melhor que o poder público -, que planejam com detalhes cada invasão. Há os responsáveis pela segurança, pelo almoxarifado, pela cozinha, pela comunicação, pelas rotas de fuga do Cabeção, pela estratégia do enfretamento da policia, pelo suprimento de alimentos, de foguetes, pelo transporte dos Cabeças e dos Cabecinhas.

Escolhido o local da invasão – na maioria das vezes comunicado previamente ao proprietário -, com tudo planejado, ao toque do telefone avisam: o arraial é hoje as tantas horas. Os ônibus abarrotados de gente chegam ao local, invadem e derrubam as árvores, limpam o local, os Cabeças demarcam as ruas, os lotes, reservando os seus para depois venderem, não esquecendo dos lotes reservados para igrejas e escolas. Montam as barracas de lona. Depois obstruem estradas ou ruas com “protesto” apelando para o governo a desapropriação da terreno, pela ligação da rede elétrica
etc.

O poder público vem depois para oferecer os serviços, asfaltar as ruas etc. Essa tem sido a urbanização da cidade de Manaus!

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ATENÇÃO: O texto acima é de caráter opinativo, logo, as informações e crenças expressas nele não refletem essencialmente o pensamento do site O PODER e são de inteira responsabilidade de seus autores.

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