O site O Poder conversou com especialistas a respeito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), cujo objetivo é investigar a atuação de Organizações não Governamentais (ONGs)
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O senador pelo Amazonas Plínio Valério (PSDB) anunciou a presença da ministra do meio ambiente Marina Silva na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações não Governamentais (ONGs) agendada para terça-feira (21). O político, em um post publicado nesta segunda-feira (20) afirmou que cobrará “respostas sobre ações abusivas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos (IBAMA) contra moradores da floresta”.
Valério, que é autor do pedido de criação da CPI das ONGs, escreveu que é do interesse dele indagar a ministra a respeito da atuação de ONGs nas estruturas do governo federal. O senador afirmou, na publicação on-line, que o ICMBio e o IBAMA estão sob a tutela da ministra e que são os “que mais praticam desmandos no país”.
“Estão aniquilando famílias inteiras e rasgando tudo que é lei”, afirmou Valério.
O político, no post, convidou a população para assistir a CPI.
Opinião
O economista Orígenes Martins conversou com o site O Poder na tarde desta segunda-feira. Ele acredita que a CPI leva à sociedade uma reflexão a respeito do papel das ONGs dentro do território da Amazônia. O profissional afirmou que um grande número de ONGs existe em função de verbas governamentais.
“A Amazônia tem um número desproporcional de ONGs. O IBAMA tem prestado um péssimo trabalho no que diz respeito à ação de ONGs e outros elementos dentro da Amazônia. O nosso progresso, nosso desenvolvimento, é um direito do nosso povo, independentemente do fato de ser indígena ou não. O IBAMA, quando entra com essas regulamentações excessivas, e muitas vezes ridículas, só atrapalha, ajudando o interesse de não brasileiros. Temos o direito de usufruir do nosso território, subsolo e riquezas minerais”, disse.
Martins classifica a visão da ministra como “radical” no tocante ao assunto de defesa ao meio ambiente.
A economista Denise Kassama acredita que ONGs cumprem papel fundamental de exercício de ações onde o poder público possui pouco ou nulo alcance. Ela cita como exemplo organizações que trabalham com educação para comunidades ribeirinhas, projetos de profissionalização e trabalhos de preservação do meio ambiente.
“Quando se ouve críticas ao ICMBio, é preciso olhar de onde elas advém. Se uma organização trabalha em favor da preservação florestal, isso vai contra o interesse de garimpeiros, pecuaristas, agricultores”, afirmou.
Mesmo que enxergue o papel de ONGs como importante, Kassama não descarta a necessidade de investimento em fiscalização dessas organizações. “Deveria haver fiscalização maior das que atuam no Brasil e floresta amazônica. Elas recebem recursos. Quem os fiscaliza? Ouvimos muitas histórias de desvio de recursos. O problema não é a ação das ONGs, mas a falta de fiscalização”, disse.
O professor e analista político Anderson Fonseca também acredita que é necessário haver fiscalização dos trabalhos efetuados pelas ONGs ambientais. “Precisamos saber quantas são, o que fazem e onde estão empregando os recursos dessas ONGs, especialmente as estrangeiras, com a intenção, entre aspas, de preservação do meio ambiente e defesa da causa indígena”, declarou.
Para Anderson, a CPI ganhará força caso a ministra não compareça à comissão.
Para a cientista social Ana Claudia Bandeira de Melo, a CPI é uma ação política de representantes parlamentares do agronegócio, mineração e do grande capital para neutralizar barreiras, resistências sociais e governamentais que impeçam a exploração predatória de grandes empresas na Amazônia.
“As ONGs possuem informações reais sobre as consequências sócio-ambientais da exploração predatória e apoiam as populações locais a resistir a tudo isso. Por conta disto, tornaram-se alvo desta lógica ultrapassada desenvolvimentista que elege os povos da floresta e seus aliados como ‘inimigos do desenvolvimento’”, disse Melo.
CPI das ONGs
Em junho deste ano, Plínio Valério levou a público pronunciamentos a respeito da comissão parlamentar. Segundo ele, o objetivo da CPI é investigar a atuação de ONGs e questionar a respeito do que é feito com o dinheiro arrecadado em ações relacionadas à Amazônia.
Na ocasião, o senador afirmou que é fundamental saber como está sendo utilizado o Fundo Amazônia, além de avançar medidas que melhorem o desenvolvimento humano na região.
Em 2022, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), uma ONG ligada à ministra, recebeu um financiamento de R$ 35 milhões do Fundo Amazônia. Desses recursos, cerca de R$ 24 milhões foram destinados a consultorias e viagens, de acordo com documentos da CPIA das ONGs.
A CPI será transmitida às 11h, horário de Brasília, por meio da TV Senado.
O prefeito de Lábrea, Gerlando Lopes, autorizou um gasto de R$ 1,2 milhão para contratar uma agência de viagens, conforme publicado no diário da Associação Amazonense de Municípios (AAM). A vencedora do Pregão Eletrônico nº 009/2025 foi a Bilacorp Viagens e Turismo LTDA, que garantiu o contrato por R$ 1.265.250,00. A empresa, com sede em São Caetano do Sul (SP), prestará serviços de agenciamento de viagens, incluindo passagens aéreas para as secretarias municipais.
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) abriu ação civil pública para investigar os gastos da Prefeitura de Maraã com os festejos do 56º aniversário do município, realizados em março. A Promotoria questiona a legalidade e proporcionalidade das despesas diante das carências locais em infraestrutura, saúde e educação. O prefeito Edir Costa (União Brasil) tem 48 horas para apresentar documentos que comprovem que os investimentos não comprometeram serviços essenciais.
O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), afirmou que gastou R$ 18 mil em sua viagem a Saint Barth no Carnaval, com recursos próprios. Ele negou irregularidades e disse que viajou no mesmo avião do governador do Amazonas. O TCE-AM e o MPAM investigam se houve uso de dinheiro público ou envolvimento de fornecedores da prefeitura. “Cada um pagou suas despesas, sem nenhum centavo de recurso público”, declarou Almeida em entrevista após evento no CCC.
O TCE-AM aceitou uma representação da empresa I. O. Barbosa Ri Projetos contra a Prefeitura de Barreirinha por possíveis irregularidades em processos licitatórios. A denúncia, com pedido de medida cautelar, alega ilegalidades nos procedimentos administrativos. O tribunal reconheceu a legitimidade da ação e encaminhou o caso ao relator, que avaliará medidas urgentes para evitar danos aos cofres públicos. A prefeitura e a empresa foram notificadas, e as investigações seguem em andamento.
O STF aceitou, por unanimidade, a denúncia contra Jair Bolsonaro e ex-integrantes de seu governo por tentativa de golpe após as eleições de 2022. O relator Alexandre de Moraes destacou provas de crimes nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Ministros como Cármen Lúcia reforçaram a necessidade de proteger a democracia. Entre os denunciados estão Ramagem, Garnier e Braga Netto. O processo seguirá com direito de defesa, podendo resultar em condenação ou absolvição.
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