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Legislativo - 20 de março de 2024
Foto: Reprodução

Sem respostas, secretário apresenta laudo sobre manipulação de vídeo, mas não convence vereadores

O Secretário de Comunicação da Prefeitura de Manaus, Israel Conte, se limitou a apresentar um laudo feito por uma empresa privada, apontando manipulação de vídeo sobre suposto pagamento de propina

Por: Redação
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As informações prestadas pelo secretário municipal de comunicação da prefeitura de Manaus, Israel Conte, na Câmara Municipal de Manaus (CMM), na manhã desta quinta-feira (20), sobre a denúncia de suposto pagamento de propina para um portal de notícias local, não convenceram a oposição.

Ele apresentou um laudo feito por uma empresa de perícia imobiliária de Maringá, no Paraná, apontando manipulação do vídeo divulgado pelo site Metrópoles. Ele classificou como uma nova tentativa de desgastar a administração municipal, mencionando supostos ataques anteriormente feitos contra ele e o prefeito David Almeida (Avante).

“Agora surge um vídeo que representa uma nova tentativa de desgastar a administração municipal. Para isso, utiliza um motorista de um portal que obviamente recebeu dinheiro para armar a confusão ou pode ter recebido dinheiro para armar a confusão. De quem recebeu é a pergunta que não quer calar. O fato, senhoras e senhores, é que vivemos uma época em que todo tipo de manipulação e distorção se tornou um instrumento de chantagem, de demolição de reputações, de baixaria explícita.”, declarou.

O secretário ressaltou que o laudo da perícia aponta “grosseiras manipulações” no vídeo.

“E para provar a manipulação, recorremos à Smart Perícias, que é a maior empresa de perícias judiciais e extrajudiciais do Brasil. Atua em mais de 30 áreas e conta com cerca de mil peritos colaboradores. Pois bem, recebemos o laudo e o vídeo expõe, grosseiras manipulações determinadas em recorte e lacunas do vídeo. O laudo, senhoras e senhores, tem 15 páginas e traz um detalhamento completo da perícia, tanto do áudio como das imagens, incluindo o uso de gráficos que mostram onde ocorreram as manipulações.”, relatou.

Além disso, Israel Conte anunciou que o laudo será entregue às autoridades competentes, incluindo o Ministério Público e a Polícia Civil, para colaborar com as investigações em andamento. Ele também convidou os presentes na Câmara Municipal a acompanhá-lo até esses órgãos para entregar pessoalmente o documento.

Questionamentos

Durante a presença do secretário na Câmara Municipal de Manaus, vereadores da oposição fizeram uma série de perguntas ao Secretário de Comunicação da Prefeitura.

As principais questões levantadas foram sobre a natureza do contato do secretário com o responsável pelo portal Abutre, se houve pagamento pelo laudo apresentado e, em caso afirmativo, qual foi o valor e como foi realizado o pagamento.

Também foram questionadas as razões pelas quais o secretário e o prefeito não buscaram imediatamente a Polícia Federal ou a Polícia Civil em relação ao assunto em questão, optando por um laudo privado posteriormente.

A vereadora Thaysa Lippy levantou dúvidas sobre a credibilidade da empresa responsável pela realização da perícia do vídeo, cujo o CNPJ é de perícia no ramo imobiliário. “Aqui eu puxo o CNPJ dessa empresa. O que aparece na atividade econômica principal é a atividade de cobranças e informações cadastrais. Ela trabalha também com serviços de engenharia, serviços de corretagem, atividades auxiliares à justiça. Então, fica muito difícil acreditar nessa possível perícia. Ela deveria ser algo da polícia, para que ela viesse com o crédito necessário, não de uma empresa privada.”, comentou.

Além disso, houve questionamentos sobre o contrato com a empresa de monitoramento de câmeras, o período de armazenamento das imagens e o controle de entrada e saída de pessoas na Prefeitura de Manaus.

Fala

Israel Conte se limitou a apresentar o laudo feito pela empresa privada, apontando manipulação de vídeo sobre suposto pagamento de propina.

Ele falou que a contratação do laudo pericial foi uma medida tomada após identificar a manipulação do vídeo em questão, visando obter uma comprovação técnica para respaldar sua posição.

Quanto à ausência de recurso à Polícia Federal, ele alegou que a situação não se tratava de um crime eleitoral e que seguiram orientação jurídica para buscar a perícia técnica. “O vereador Rodrigo Guedes perguntou porque nós não fomos à polícia federal. Vereador, em consulta ao nosso jurídico, diferente da Deepfake, não se trata de crime eleitoral nesse caso específico. São abordagens diferentes, foi essa a orientação que recebi do nosso jurídico. Senão teríamos imediatamente ido lá à polícia federal.”, respondeu.

Sobre as câmeras de segurança, ele disse que foi informado que as gravações são armazenadas por 30 dias. “Por isso, fomos, então, orientar juridicamente, procurar uma perícia técnica para que nós pudéssemos elucidar, esclarecer aquele vídeo que nós já sabíamos que, sim, era manipulado de forma grosseira.”, disse. O vereador Capitão Carpê desafiou o secretário a apresentar o contrato que estabelece o prazo de apenas 30 dias para armazenamento das imagens de segurança.

Israel Conte também falou sobre a contração da empresa para realizar a perícia, mas não apresentou os valores. “Contratei o escritório de advocacia porque o crime foi contra também a honra de mim como secretário. E sobre valores, isso é um contrato entre cliente, pessoa física e escritório, mas eu posso conversar com eles para de repente posteriormente tratar desse assunto com vossas excelências.”, afirmou.

Sobre o contato com o dono do portal Abutre, o secretário comentou que há uma relação institucional, mas não frequente, como ocorre com outros donos de portais. Ele também afirmou que não há circulação de dinheiro da Secretaria de Comunicação com fornecedores, e a tramitação de pagamentos é feita entre a agência licitada e os fornecedores via transferência bancária.

Sobre a possibilidade de instalação de uma CPI para investigar o caso, ele não quis responder alegando ser uma questão interna da Câmara.

Israel também negou a existência de um “gabinete do ódio” patrocinado pela Prefeitura de Manaus ou por qualquer órgão da gestão municipal.

Quanto à ex-chefe de gabinete que aparece no vídeo, o secretário confirmou sua função anterior, afirmando que ela pediu exoneração por questões de saúde.

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