O partido Novo, a que Van Hatten é filiado, afirmou que o caso do deputado “é emblemático do modus operandi que o TSE adotou nos últimos tempos”, e que, ao atuar diretamente com as plataformas, a Corte censura e restringe discursos “sem as ‘inconveniências’ do devido processo legal”.

“O perfil do deputado é verificado, então qualquer ilegalidade poderia ser direcionada diretamente a ele, dentro dos procedimentos legais. Mas isso dificultaria o trabalho do TSE, porque seriam obrigados a dizer exatamente quais leis estavam sendo violadas, e com direito à defesa”, pontuou o partido em nota.

Ainda segundo a legenda, os “Twitter Files” são uma amostra do que o projeto de lei da censura queria instaurar no Brasil e que foi derrotado no Congresso. “Restou o caminho mais fácil – e menos democrático: a resolução do TSE, publicada no dia 1º de março, que estabelece que as plataformas serão “solidariamente responsáveis” pelos conteúdos publicados pelos usuários. Com o risco jurídico, a censura deve se tornar a regra”, completou.

“O combate à desinformação está sendo usado como justificativa para silenciar quem é politicamente inconveniente. Não há democracia sem liberdade de expressão”, afirma o partido.

Deputados adotam cautela sobre o caso

Por outro lado, num tom mais contido, Zambelli preferiu não comentar e apenas republicou em seu perfil no X uma postagem sobre o caso, com a reprodução de uma imagem do documento que a cita com Van Hatten.

O tom mais contido também foi seguido pelo deputado federal Daniel Freitas (PL-SC), que também apenas distribuiu a postagem do caso e comentou como “extremamente grave”.

“Esse é o maior escândalo sobre as eleições de 2022”, completou o deputado Gustavo Gayer (PL-GO).

Também sem se aprofundar no caso, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) apenas recomendou uma “leitura obrigatória” com a repostagem da publicação que divulgou os “Twitter Files”.

*Gazeta do Povo