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Legislativo - 09 de julho de 2021
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Na CPI, consultor contradiz depoimento de fiscal sobre compra da Covaxin

Manaus-AM- O consultor do Ministério da Saúde William Amorim Santana, técnico da Divisão de Importação da pasta, confirmou nesta sexta-feira (9) à CPI da Pandemia que foi a servidora Regina Célia Silva Oliveira, fiscal do contrato para aquisição da vacina indiana Covaxin, a responsável por autorizar a participação da Madison Biotech como empresa intermediadora ligada […]

Por: Redação
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Manaus-AM- O consultor do Ministério da Saúde William Amorim Santana, técnico da Divisão de Importação da pasta, confirmou nesta sexta-feira (9) à CPI da Pandemia que foi a servidora Regina Célia Silva Oliveira, fiscal do contrato para aquisição da vacina indiana Covaxin, a responsável por autorizar a participação da Madison Biotech como empresa intermediadora ligada à fabricante Bharat Biotech, dando seguimento ao processo para importação do imunizante no país. O depoente disse ainda que fez três alertas à fiscal sobre erros na invoice (fatura para negociação internacional) como o número menor de doses do que o combinado, prazo de entrega, determinação de pagamento antecipado e a presença da intermediadora, todos eles não previstos no contrato.

— Nós recebemos a commercial invoice, fizemos os apontamentos, submetemos à área de fiscalização, e eles [Departamento de Fiscalização] deram o parecer favorável. Ela [Regina Célia] não me disse que não podia constar essa informação na invoice, em momento algum. Pelo contrário, nós temos uma troca de e-mails onde ela responde para o fornecedor que aceita os termos dispostos e aguarda o cumprimento do item 2, que é a apresentação da declaração dizendo quem é a Madison —, explicou o consultor ao acrescentar que a Precisa Medicamentos (empresa brasileira que negociou a compra) enviou a declaração diretamente ao Departamento de Fiscalização do Ministério da Saúde para permitir a entrada da Madison Biotech na invoice, não cabendo, segundo ele, a responsabilidade de seguimento do processo a Divisão de Importações.

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), a servidora Regina Célia, que prestou depoimento à CPI na última terça-feira (6), tentou terceirizar a responsabilidade pela continuidade do processo mesmo com a divergência com o contrato. Aos senadores, a servidora informou que não foi alertada pela Divisão de Importação sobre a irregularidade.

— No meu entendimento, apesar de ela [Regina Célia] ter tentado terceirizar a responsabilidade dela aqui, ela é a responsável pelo fato de essa invoice ter sido encaminhada à Anvisa.

Ainda de acordo com Santana, apesar dos seguidos comunicados para que a Precisa fizesse as correções, a terceira invoice (última antes de a Anvisa rejeitar a licença de importação da Covaxin) ainda apresentava divergências com o contrato. O consultor informou que foram corrigidos os pontos relacionados ao pagamento antecipado, mas dois erros persistiam: a presença da Madison e as informações sobre o envio da carga com valor extra do frete e seguro, em torno de R$ 5 milhões.

— A última invoice ainda apresentava um erro na somatória total.

Para o relator, senador Renan Calheiros (MSB-AL), a manutenção das divergências indica a clara tentativa da empresa de aplicar um golpe no Ministério da Saúde. Ato que, segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), foi evitado pela atuação de Santana e do servidor Luis Ricardo Miranda.

— O que nós estamos percebendo aqui é que um golpe de US$ 45 milhões foi impedido por um servidor público e por um consultor técnico da Opas, trabalhador terceirizado no Ministério da Saúde.

Pressão

Toda a análise técnica sobre a emissão da licença de importação da Covaxin foi feita por Santana com a supervisão do diretor da Divisão de Importações, Luis Ricardo Miranda, que já depôs à comissão e disse que sofreu “pressão atípica” de seus superiores hierárquicos para aprovação rápida da negociação com a Bharat Biotech. O consultor confirmou que seu chefe foi pressionado a liberar a importação das vacinas Covaxin.

— Há uma hierarquia no ministério, então as cobranças vêm de cima pra baixo. As cobranças eram dirimidas a ele, ele era bastante cobrado.

Onyx

Durante o depoimento, o consultor exibiu os três e-mails enviados pela Precisa Medicamentos, entre eles a invoice que, segundo a senadora Simone Tebet (MDB-MS), corresponde ao mesmo documento apresentado pelo servidor Luis Ricardo Miranda e que foi declarado pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, como falso. Ao comparar os documentos, Willian Santana confirmou que se tratava da primeira invoice, enviada por link dropbox (um serviço para armazenamento e partilha de arquivos) em 18 de março. Para Renan, o ministro cometeu crime de falsidade ao tentar confundir a investigação e defendeu a sua convocação para prestar depoimento à CPI. O presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), informou que a convocação será votada na terça-feira (13).

Para o senador Marcos Rogério (DEM-RO), ainda persistem “controvérsias” em relação ao envio da primeira invoice. Segundo laudo da Precisa Medicamentos, apresentado pelo senador, não ocorreu o envio da invoice citada por Santana em 18 de março. Marcos Rogério, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Fabiano Contarato (Rede-ES) pediram auxílio da Polícia Federal para conduzir uma perícia aprofundada sobre a questão.

— Eu estou querendo saber o seguinte: se no dia 18 estava no dropbox ou não estava, porque a informação que tem aqui é de que não estava lá. E eu não estou afirmando que não estava. Estou dizendo que tem um documento encaminhado pela defesa da empresa dizendo que não estava.

Já o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) disse que a oposição tenta imputar um crime que não existiu ao presidente Jair Bolsonaro. Ele afirmou ser “impossível” o consultor ter identificado a primeira invoice “porque ela nunca existiu”. O senador também fez referência à perícia da Precisa Medicamentos e afirmou que o link dropbox só foi criado no dia 19 de março, indicando, segundo ele, que o presidente Bolsonaro nunca teve acesso a esse documento.

— Então, este aqui é o metadado, mais uma vez, é uma prova fácil de ser periciada, e que está mostrando que esse documento foi criado no dia 19. Foi criado. Então, é impossível ele ter sido encaminhado para o senhor [William Santana] . Junto, nesse link, com vários outros documentos que o senhor abriu, este, com certeza, não estava.

Documentos do MS

Durante o depoimento, os integrantes da comissão reclamaram que o Ministério da Saúde não atendia pedido de informações para substanciar os questionamentos às testemunhas e as investigações sobre o caso Covaxin. Logo em seguida, Randolfe comunicou que a CPI recebeu a documentação às 10h40 desta sexta-feira.

*Agência Senado

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Notas do Poder

26/07
13:13

CONVENÇÃO DO AVANTE

O prefeito de Manaus e pré-candidato à reeleição, David Almeida (Avante), confirmou que a convenção do seu partido será no próximo dia 3 de agosto, às 19 horas, no Espaço Via Torres. Os partidos Avante, PSD, MDB, DC e AGIR estão articulados para apoiar sua reeleição, com outros partidos em tratativas. O anúncio do vice-prefeito ocorrerá próximo à convenção, com possíveis candidatos sendo Renato Júnior, Capitão William Dias e Shádia Fraxe. Almeida busca um vice com um perfil semelhante ao de seu atual vice, Marcos Rotta, elogiando sua lealdade e contribuição.

26/07
13:12

PREFEITO MULTADO

O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) multou o prefeito de Barreirinha, Glênio Seixas (MDB), em R$ 13.600 devido à contratação irregular do cantor Raí Saia Rodada para a décima quinta Exposição e Feira Agropecuária de Barreirinha. A denúncia do Ministério Público de Contas (MPC) apontou a falta de licitação na contratação, violando princípios de transparência e competitividade. O TCE-AM também identificou falhas no cumprimento da Lei de Acesso à Informação pelo prefeito. Seixas tem 30 dias para pagar a multa, sob pena de inscrição em dívida ativa e possível cobrança judicial.

26/07
13:12

TSE REAGE A MADURO

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu não enviar representantes para acompanhar as eleições presidenciais na Venezuela, programadas para domingo (28). A decisão foi tomada após Nicolás Maduro, candidato à reeleição e ditador da Venezuela, afirmar que as eleições no Brasil não são auditadas. O TSE reforçou a segurança e a auditabilidade das urnas eletrônicas brasileiras e classificou as declarações de Maduro como falsas. Inicialmente, o TSE havia designado dois especialistas para a missão, mas cancelou após as declarações desrespeitosas. Maduro enfrenta acusações de repressão e restrição de liberdade no período eleitoral.

26/07
13:09

VICE DE AMOM

No processo de escolha do vice-prefeito na chapa PSD-Cidadania de Amom Mandel, o nome de Virgílio Melo, secretário-geral do PSDB-AM, “corre por fora” como uma possível surpresa. Embora não seja o favorito, Virgílio tem uma sólida experiência em gestão e é confiável para o senador Plínio Valério. Outros candidatos considerados são a juíza aposentada Maria Eunice Torres do Nascimento, o ex-deputado Humberto Michiles e o ex-deputado Ricardo Nicolau, com este último enfrentando resistência familiar para retornar à política. A decisão será anunciada na convenção partidária marcada para o próximo dia 30, no Clube do Trabalhador do SESI em Manaus.

26/07
13:07

HANG CONDENADO

Luciano Hang, proprietário da Havan, foi condenado a 1 ano e 4 meses de regime semiaberto, 4 meses de serviço comunitário e multa de 35 salários-mínimos pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. A condenação é por “difamação” e “injúria” contra o arquiteto Humbert Hickel, após Hang chamá-lo de “esquerdopata” e sugerir que ele “vá a Cuba”. Hickel havia liderado uma campanha contra uma estátua da Liberdade em frente à loja Havan em Canela (RS). Hang defende sua liberdade de expressão e critica Hickel, alegando que ele está distorcendo os fatos para ganhar fama.

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