Na análise de especialistas, as acusações podem revelar possíveis aproximações com o governo atual para os próximos pleitos
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Os senadores Eduardo Braga (MDB), Omar Aziz (PSD) e o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL), evitaram atacar o governo Lula, mas não economizaram em críticas à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, por meio de suas redes sociais nesta semana. Eles responsabilizaram a ministra pela atual condição da BR-319, rodovia federal que conecta Manaus (AM) a Porto Velho (RO). Na análise de especialistas, as acusações podem revelar possíveis aproximações com o governo atual para os próximos pleitos, que essas críticas podem estar relacionadas a objetivos políticos futuros ou a alianças políticas em formação.
Discurso bonito
O senador Eduardo Braga destacou a intransitabilidade da BR-319 devido à falta de obras necessárias e atribuiu a problemas burocráticos. Além disso, mencionou que a recuperação da rodovia foi retirada do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no governo Lula.
“Se o único acesso terrestre entre a capital amazonense e o resto do Brasil estivesse devidamente asfaltado, como reivindicamos há muito tempo, não veríamos milhares de amazonenses enfrentarem tantas dificuldades sociais, econômicas e ambientais, que acabam se agravando em função da seca dos rios. Gente que é penalizada pelo que chamei de “política vesga” de alguns”, enfatizou.
Durante uma sessão extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, ocorrida nesta semana, o senador Omar Aziz criticou Marina Silva e a política ambiental que ela promove.
“Ministra Marina Silva, o Amazonas tem 4 bilhões de brasileiros, amazônidas que cuidam bem melhor da Amazônia do que a política que a senhora quer de extermínio e manutenção da floresta de pé. O que está acontecendo hoje, presidente Rodrigo Pacheco? Não é normal para um país tão rico como o nosso. O Estado e Vossa Excelência que nasceu em Rondônia sabe da importância. Na época que seu pai morou em Rondônia, a estrada BR-319 era asfaltada. Se ia de carro de Manaus a Porto Velho, de carro, com uma estrada asfaltada, lá para asfaltar essa estrada, não precisa derrubar nenhuma árvore. Mas a vaidade, a estreiteza política, e se essa política da Ministra Marina Silva desse certo, ela não era candidata por São Paulo, ela seria candidata pelo Estado dela, o Acre”, atacou Omar.
Alinhado ao discurso de Aziz, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL), atribuiu parte desses problemas à política ambiental que considera “desmedida” e “xiita”.
“Se hoje o estado do Amazonas não tem ligação com o restante do Brasil, até agora a BR-319 não conseguiu ser revitalizada porque ela já existe dos anos 70, na época dos militares, que tanto criticam aqui. Hoje, Ministra Marina, hoje o nosso povo padece. Padeceu na pandemia. Vocês viram as imagens, os horrores dos caminhões tentando chegar na cidade de Manaus. E muitos morreram por causa disso. Muitos morreram por causa dessa política ambiental desmedida, xiita, que tem isolado o povo do Amazonas”, discursou.
Estratégia?
Na análise do advogado Anderson Fonseca, as críticas à ministra Marina Silva sugerem que os parlamentares evitaram responsabilizar o governo atual e seu papel na resolução do problema, que se arrasta há anos. A Ministra Marina, anteriormente associada ao Partido dos Trabalhadores (PT), saiu do partido e fundou um novo, buscando uma carreira política independente, o que levou à necessidade de conciliação com o ex-presidente Lula e seu governo atual.
“Nesse momento, obviamente, eles tem que fazer presença, porque tem que responder o eleitorado aqui, que exige isso há algum tempo (a BR-319), e aí, obviamente, vão dar também destaque àquilo que é, vamos dizer assim, interessante ser destacado. Eles já estavam no poder, foram governadores, foram senadores, estiveram aí próximo do governo de então, no Lula 1, no Lula 2, e aí, só agora, né, que estão aí mais numa situação delicada, que estão se colocando como sendo os verdadeiros levantadores dessa bandeira.
Fonseca ainda avaliou que, ao manter Marina em seu governo, Lula está pagando um preço político, mesmo diante das críticas à política ambiental e à situação da BR-319. O advogado argumenta que os políticos do Amazonas, como os senadores Omar e Eduardo, estão evitando confrontos diretos com o governo central, já que Lula agora tem uma relação mais próxima com o estado do Pará. Ele sugere que, no próximo ano eleitoral, os partidos precisarão negociar e conquistar prefeituras, o que poderia influenciar o relacionamento entre os senadores e o governo federal.
“Vamos também pensar nisso, que inevitavelmente ano que vem é um ano eleitoral e que o partido, qualquer um deles, né, o partido que hoje está no poder, o partido dos trabalhadores, certamente vai ter que fazer adianto, vai ter que conversar, vai ter que exceder, vai ter que, enfim, conversar muito pra tentar conquistar aí o maior número de prefeituras possíveis”, concluiu.
Histórico
A BR-319 é principal ligação terrestre do Amazonas com o restante do país. Há mais de 20 anos a rodovia também sofre com atoleiros e trechos intrafegáveis. A rodovia, além de servir como um importante rota alternativa para o transporte de mercadorias, também desempenha um papel fundamental no fornecimento de insumos essenciais que podem ser afetados pelos impactos da grave estiagem que o Estado enfrenta atualmente.
Duas pontes desabaram no ano passado. O primeiro desabamento, ocorrido em setembro de 2022, deixou cinco mortos e 14 feridos. No Amazonas, a nova fase do PAC vai investir R$ 47,2 bilhões em outras obras.
De 2003 a 2008, Marina Silva defendeu a política ambiental como prioridade durante seu mandato como Ministra do Meio Ambiente e a estrada se manteve em péssimas condições de trafegabilidade. Em maio deste ano, Marina Silva tratou o assunto com ironia e não garantiu planos para o avanço das obras na rodovia. A fala ocorreu durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS).
“A BR-319… É que eu não tenho o costume de ser irônica. [SIC]. Se fosse um processo fácil, é possível que já tivesse sido feito. Começando pela avaliação dos técnicos do IBAMA sem que eles tenham que ser pressionados para A ou para B e respeitada a sua posição técnica. […] É um empreendimento de alta complexidade. Eu diria pro senhor, eu sei a demanda, eu vivi isso no meu estado”, declarou a ministra ao ser questionada pelo deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM).
Edição de conteúdos: Thiago Gonçalves
O MPAM ingressou com ação para suspender o reajuste da tarifa de ônibus em Manaus, que passaria de R$ 4,50 para R$ 5,00 no sábado (15). Segundo o órgão, a Prefeitura não apresentou estudos técnicos que justifiquem o aumento. O MP aponta falta de transparência e questiona a alegação de renovação da frota, destacando que a substituição de ônibus é obrigação contratual das concessionárias.
A Aleam aprovou a criação das secretarias de Pesca e Aquicultura (SEPA), Proteção Animal (SEPET) e Direitos da Pessoa com Deficiência (SEPcD). A SEPA impulsionará a economia pesqueira, a SEPET cuidará do bem-estar animal e a SEPcD fortalecerá políticas de inclusão. Com as novas pastas, 125 cargos serão criados para reforçar as ações do governo nessas áreas.
O presidente da CMM, vereador David Reis (Avante), autorizou contratos emergenciais sem licitação que somam R$ 3 milhões. Entre eles, estão serviços de limpeza (R$ 1,5 milhão), copeiragem e jardinagem (R$ 928 mil) com a empresa LS Serviços, além de controle de pragas (R$ 550 mil) com a Emops e-Control. O TCE-AM pediu explicações sobre contratos com o Posto V8 Express. A CMM justificou as contratações como essenciais para a continuidade dos serviços e citou calamidade pública.
A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) aprovou, por unanimidade, nesta quinta-feira (13), mudanças no regimento interno, alterando os dias das sessões plenárias. Agora, a definição seguirá um calendário semestral proposto pela Mesa Diretora e aprovado pelos deputados. As reuniões serão às terças pela manhã e quartas em dois períodos. Além disso, projetos de lei complementares serão votados em turno único, com maioria absoluta. A exigência de quatro reuniões para a Lei Orçamentária foi suprimida.
CMM define novos presidentes de comissões para o biênio 2025-2026
A Câmara Municipal de Manaus (CMM) elegeu, nesta terça-feira (11), os novos presidentes de sete comissões permanentes. Sargento Salazar (PL) assumiu Assuntos Sociocomunitários, enquanto Zé Ricardo (PT) lidera Direitos Humanos. Marco Castilhos preside a Comissão de Pessoas com Deficiência e Coronel Rosses (PL), Segurança Pública. Rodrigo Sá (PP) comandará Turismo, e Rodinei Ramos (Avante), Agricultura. Paulo Tyrone (PMB) ficará à frente da Defesa do Consumidor.
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