Donos do Grupo J&F, que firmaram acordo de delação durante a Lava-Jato, integram lista de 88 empresários, composta majoritariamente pelo agronegócio
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Brasília | DF
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, convidou uma comitiva de 88 empresários e representantes de entidades do agronegócio para acompanhar a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China na semana que vem. Entre os integrantes do grupo estão os irmãos Wesley e Joesley Batista, do Grupo J&F, que chegaram a firmar um acordo de delação premiada durante a Lava-Jato.
Os irmãos, presos em 2017, foram responsáveis por acusações que atingiram, em especial, o ex-presidente Michel Temer e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG). Temer chegou a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo crime de obstrução de Justiça — em 2019, foi absolvido. Aécio também negou qualquer ilegalidade. Joesley chegou a entregar ao MPF gravações de uma conversa com Temer em que os dois conversavam sobre uma suposta compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Apresentou também, em 2018, documentos com detalhes de pagamentos de caixa 2 para diversos partidos.
As declarações de Joesley também levaram o Ministério Público Federal a denunciar Guido Mantega, ministro da Fazenda nos governos Lula e Dilma Rousseff, e o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho por supostas irregularidades em transações entre o banco e o grupo J&F — eles foram absolvidos pela Justiça Federal quinta-feira. Joesley chegou a citar em depoimentos repasses no exterior para caixa dois de campanhas de Lula e Dilma Rousseff, o que não ficou comprovado.
Em 2020, o ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, homologou a repactuação do acordo de delação premiada firmado entre a PGR e os irmãos. Pelo acordo, eles concordaram em pagar multa de R$ 1 bilhão, evitando que sejam condenados pelos crimes citados.
Também estão na lista da comitiva Kleverson Scheffer, filho de Erai Maggi, que representará o grupo Maggi, um dos maiores exportadores de soja do mundo. A comitiva terá ainda líderes da Marfrig e Bayer. O governo não vai pagar a viagem dos empresários, que terão que bancar seus próprios gastos.
Foi Lula quem pediu a Fávaro que montasse uma comitiva robusta de empresários para a missão chinesa com o objetivo de mostrar que o Brasil entrará com força no processo de reatar relações comerciais com a China, que ficaram desgastadas durante o governo de Jair Bolsonaro.
O pedido foi feito em conversa entre o presidente e o ministro no dia 2 de março, quando ambos viajaram a Rondonópolis (MT). A mensagem principal a ser passada na missão, a pedido de Lula, é que o Brasil mudou, não quer brigar com a China, mas negociar com o país asiático.
Fávaro reuniu uma comitiva com empresários dos setores de carnes, soja e bioinsumos. O início do governo tem sido marcado por embates com o setor, que se queixa do esvaziamento do Ministério da Agricultura e de acenos do novo governo ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), visto como ameaça pelos ruralistas. Lula terá agenda específica com empresários do agro enquanto estiver na China, em uma tentativa de estreitar laços com o setor, que majoritariamente apoia Bolsonaro.
Busca de acordos
O grupo deve embarcar em 20 de março e chegar cinco dias antes de Lula para uma série de reuniões preparatórias. O retorno dos empresários está previsto para o dia 30.
Entre os mais de 20 acordos que Brasil e China devem assinar durante a viagem, está um que prevê redução de barreiras em exportações agrícolas. Um dos pleitos que Lula e Fávaro levarão será a volta das exportações de carne bovina do Brasil aos chineses, suspensas desde a identificação de um caso de “vaca louca” no Pará, que se revelou atípico. Desde 2009, a China é o o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos no país.
A missão dos empresários do agro à China vem sendo organizada pelo Ministério da Agricultura, pela Embaixada da China e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) Brasil. Para setores de carne e soja, o objetivo é ampliar parcerias para exportação, enquanto com setor de sementes, será prospectar negócios e inseri-los no mercado chinês.
Outros nomes da comitiva
Kleverson Scheffer: Empresário, é filho de Erai Maggi — o rei da soja e primo do ex-ministro Blairo Maggi. Representa o grupo Maggi, um dos maiores exportadores de soja do mundo.
Entidades
Também viajarão representantes de entidades como a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), a Associação Brasileira de Reciclagem Animal (Abra) e Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
Empresas
Diretores e representantes de grupos de diversos setores, como a Bayer, BRF, Caoa, Frigoestrela, JBS, Marfrig, Suzano, entre outros.
A lista completa
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