Construção, que segue fechada após meses de inaugurada por Arthur Neto, é alvo de laudo técnico do Crea-AM e é questionada na Câmara Municipal de Manaus
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Manaus | AM
A obra do Complexo Viário do Manoa, que inclui um viaduto interditado no dia seguinte a sua inauguração e que custou R$ 40 milhões aos cofres públicos, pode gerar graves problemas judiciais e entraves políticos para o ex-prefeito de Manaus, Arthur Neto, responsável pelo contrato de construção da estrutura viária.
Isto porque o município aguarda um laudo do Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM) – sem custos – e a obra está sendo alvo de ‘investigação’ por parte da Câmara Municipal de Manaus (CMM), em decorrência da qualidade do trabalho entregue e também pela rapidez no pagamento das empresas J. Nasser Engenharia e a Construtora Soma, que formam o consórcio Manauara.
Nesta quarta-feira (3), o secretário da Seminf e vice-prefeito de Manaus, Marcos Rotta, afirmou ao site O PODER que o consórcio terá que se responsabilizar por eventuais gastos e correções. “Estamos aguardando a conclusão do laudo. Assim que sair teremos uma definição sobre como se dará a solução”, disse ele.
Segundo Rotta, a falta de sinalização para os condutores e, principalmente, problemas estruturais, levaram a atual gestão da prefeitura a interditar o complexo viário. “Há problemas de sinalização e isso o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) resolverá, além de divisores (nas pistas de rolamento), que estranhamente foram suprimidos, serão instalados pelo consórcio. No caráter estrutural dessa construção, o problema é maior. O ‘tobogã’, por exemplo, sem a reestruturação, pode impactar e comprometer o tráfego de veículos pesados, como os ônibus, por exemplo”, adiantou.
O vice-prefeito comentou, ainda, que erros estruturais ou de sinalização estão sendo detectados em outras obras da gestão Arthur Neto e afirmou que a pressa ao inaugurar, pode ter comprometido a qualidade e a segurança dos empreendimentos públicos. “Fica muito claro que algumas obras entregues foram aceleradas e inauguradas de forma açodada, e na engenharia não se permite isso, sob pena de má execução. Muitas obras estão com esses problemas, como está do Manôa, em terminais e outras”, finalizou ele.
Visita técnica do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas e Secretaria Municipal de Infraestrutura ao viaduto do Manoa (Imagem: Osmar Neto/Seminf)
Outros erros
Em visita de inspeção ao complexo viário do Manoa, o presidente do Crea-Am, engenheiro Afonso Lins, endossou a afirmação do vice-prefeito Marcos Rotta. “Nesse caso específico, já pedimos o projeto e outros itens como a topografia, para embasar o laudo que será emitido e entregue à prefeitura para que ela possa saber o que aconteceu, o que está acontecendo e de que forma a obra foi feita”, disse Afonso Lins.
Ele citou, também, outras obras que foram entregues por Arthur Neto, sem as devidas exigências estruturais ou sem atender os anseios da população. “Nosso de grupo de trabalho se reuniu e verificou que outras questões precisam ser debatidas, como é o caso da passagem de nível na Constantino Nery onde é um absurdo que só se possa passar pelo local com carros de até quatro metros de altura. Para mim, isso é um absurdo e com essa limitação, melhor seria se não tivesse feito a obra”, disparou Afonso Lins.
Câmara de Manaus
Nesta segunda-feira (1º), o vereador Lissandro Breval (Avante) informou, durante pronunciamento na Câmara Municipal de Manaus (CMM), que irá solicitar do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), o bloqueio das contas e suspensão de qualquer certame com a Prefeitura de Manaus das empresas J. Nasser Engenharia e a Construtora Soma, que formam o consórcio Manauara, responsável pela construção do Complexo Viário do Manoa.
Até o momento, a empresa Soma recebeu R$ 25.791.877,58 (54,76%) e a J Nasser recebeu R$ 21.308.122,42 (45,24%). Breval pontuou o descaso com a obra entregue pela antiga gestão da Prefeitura de Manaus.
“Acho que esse é o mínimo que nós temos que fazer com essa irresponsabilidade, essa ingerência, essa incompetência que Manaus ganhou de presente da antiga gestão. Mais de R$ 40 milhões gastos, e a população de Manaus não consegue usar essa importante obra para a vida dos cidadãos da zona norte”, concluiu o vereador.
O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) suspendeu o Pregão Eletrônico nº 002/2025 da Prefeitura de Presidente Figueiredo, município localizado a 107 quilômetros de Manaus. A medida cautelar foi aceita após representação protocolada por Cristiane Silva Castro, que denunciou possíveis irregularidades na licitação voltada à contratação de serviços de transporte escolar.
A Prefeitura de Caracaraí está sendo investigada pelo Ministério Público de Roraima (MP-RR) por suspeita de sobrepreço em um contrato no valor de R$ 655 mil. O objeto da contratação é a organização e execução de eventos pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto, com fornecimento de toda a infraestrutura necessária. A investigação tem como base o Pregão Presencial nº 90003/2024, que resultou na contratação da empresa Projetar Equipamentos e Soluções Eireli, sediada em Boa Vista
A Prefeitura de Tabatinga vai gastar R$ 5,4 milhões para construir um ginásio coberto no município. A empresa contratada para a obra, TMN Engenharia Eireli, foi investigada pela Polícia Federal (PF) por suspeita de desvio de recursos do Fundeb em 2021, durante a Operação Magüta. O contrato foi firmado ainda na gestão do ex-prefeito Saul Bemerguy, em janeiro de 2024, com valor inicial de R$ 4.392.448,79
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, rejeitou neste domingo o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para adiar as audiências com testemunhas no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) admitiu uma representação com pedido de medida cautelar contra a Prefeitura de Presidente Figueiredo por possíveis irregularidades no Edital de Credenciamento nº 007/2025. O documento foi protocolado por Kesia Silva dos Santos e tem como alvo a contratação de serviços médicos especializados no município.
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