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Executivo - 19 de fevereiro de 2024
Foto: Reprodução/Internet

Veja a repercussão negativa da fala de Lula sobre Israel: ‘cunho antissemita e ódio aos judeus’

Os principais jornais israelenses também noticiaram as declarações do presidente brasileiro

Por: Redação
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O governo de Israel decidiu convocar o embaixador brasileiro no país para uma “dura conversa de repreensão” após o presidente Lula comparar as ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial por Adolf Hitler.

As declarações de Lula ocorreram durante seu último compromisso na Etiópia, antes de retornar ao Brasil após uma viagem de cinco dias ao continente africano. Durante uma entrevista coletiva, Lula foi questionado sobre o envio de ajuda financeira à Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos.

Lula criticou os países que interromperam o financiamento para a agência após denúncias de envolvimento de seus integrantes em um ataque terrorista em 7 de outubro, no qual o Hamas matou 1,2 mil pessoas e sequestrou 242. As denúncias estão sob investigação pela agência e já levaram à demissão de um grupo de funcionários.

O presidente brasileiro afirmou que o que acontece na Faixa de Gaza não é uma guerra, mas um genocídio. Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, mais de 28 mil pessoas morreram em Gaza desde o início da reação israelense.

“É muito engraçado. Quando eu vejo o mundo rico anunciar que está parando de dar contribuições para questões humanitárias aos palestinos, eu fico imaginando qual é o tamanho da consciência política e do coração solidário dessas pessoas que não veem que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio”, declarou Lula.

Ele comparou a reação de Israel ao Holocausto, no qual o regime nazista de Adolf Hitler exterminou 6 milhões de judeus.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não tem paralelo na história. Exceto pelo momento em que Hitler decidiu matar os judeus. Então, como é possível negligenciar algo tão significativo? Como é possível cessar a ajuda humanitária? O Brasil condenou o Hamas, mas não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo na Faixa de Gaza”, enfatizou Lula.

As declarações do presidente brasileiro geraram reações duras de autoridades e entidades israelenses. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou as palavras de Lula como “vergonhosas e graves”.

“Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel de se defender. Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e irá fazê-lo ao mesmo tempo que defende o direito internacional. Decidi, com o chanceler Israel Katz, convocar imediatamente o embaixador brasileiro em Israel para uma dura conversa de repreensão”, escreveu Netanyahu.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, anunciou que convocará o embaixador brasileiro na segunda-feira (19), descrevendo as palavras do presidente do Brasil como “vergonhosas e sérias”.

“Ninguém vai prejudicar o direito que Israel tem de se defender”, afirmou Katz.

Os principais jornais israelenses também noticiaram as declarações do presidente brasileiro.

O presidente do Museu do Holocausto em Jerusalém escreveu em uma rede social: “As palavras vergonhosas de Lula são uma combinação repugnante de ódio e ignorância. Comparar uma nação que luta contra uma organização terrorista assassina com as ações dos nazistas no Holocausto merece total condenação”.

Em entrevista à GloboNews, o diplomata e ex-embaixador do Brasil em Londres Rubens Barbosa considerou a comparação feita por Lula como muito grave.

“Olha, eu acho que a fala do presidente realmente passou da linha vermelha, como se diz. Porque ele já vinha criticando o governo de Israel, criticou Netanyahu por insanidade nas ações que ele estava tomando, mas até aqui ficava a crítica ao governo de Israel. Agora, ao comparar as ações de Israel com Holocausto, ele critica o próprio Estado de Israel. Eu acho que aí aumentou a gravidade e a reação do governo de Israel foi imediata. E tem acontecido isso sempre. É que ele, na área internacional, fala de improviso. Quer dizer, certamente o Itamaraty não partilha dessa opinião. Então isso realmente é muito grave, porque realmente faz uma comparação que, na minha opinião, não é apropriada. O Holocausto é uma coisa gravíssima, é uma coisa que supera a imaginação do mal. E a crise de Gaza é uma guerra localizada, é uma ação contra um grupo terrorista que matou israelenses também. Você pode criticar, como ele tinha criticado, se foi desproporcional a reação e tal. O próprio presidente Biden está criticado isso. Mas nunca ninguém chegou a comparar o que está acontecendo lá com o Holocausto”, disse.

A Confederação Israelita do Brasil afirmou que a fala do presidente brasileiro foi uma distorção perversa da realidade e ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes.

Em nota, o Instituto Brasil-Israel afirmou que a comparação de Lula é um erro grosseiro que inflama tensões e mina a credibilidade do governo brasileiro como um interlocutor pela paz.

Em entrevista à GloboNews, Andre Lastj, presidente executivo do StandWithUs Brasil, uma instituição educacional sobre Israel dedicada a combater o extremismo e o antissemitismo, destacou que as declarações do presidente têm um cunho antissemita, evidenciando preconceito e ódio aos judeus.

“Por mais triste que seja, isso é de uma certa forma acusar os judeus do crime de seus algozes de 80 anos atrás e, ao mesmo tempo, diminui e banaliza a memória das 6 milhões de vítimas do Holocausto. Inclusive, a Aliança Internacional de Memória do Holocausto, IHRA na sigla em inglês, que tem uma definição muito clara, onde o Brasil é membro observador dessa organização, junto com outros 40 e poucos países. Está lá muito claro que é um tipo de antissemitismo contemporâneo fazer qualquer tipo de comparação de políticas israelenses em relação aos palestinos, ao conflito árabe-israelense, ao processo de paz, ou seja, lá o que for em relação ao que aconteça no Oriente Médio, com o Holocausto. São coisas completamente diferentes e precisam ser separadas. O presidente pode criticar Israel, pode apoiar os palestinos, está no direito dele, no direito de qualquer país democrático, de líderes democráticos de apoiarem a solução de dois Estados, apoiarem Israel de se defender e os palestinos de terem um país, ou até mesmo de lamentar as mortes em Gaza, assim como as mortes em Israel. Isso que ele não lembra, a maior parte das vezes que ele fala, não lembra os reféns, ele não lembra as mortes que teve em Israel, não lembra os estupros e, ao mesmo tempo, ele faz essa comparação”.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República emitiu uma nota no início da noite deste domingo (18), na qual não explicou a comparação feita por Lula com o Holocausto, mas afirmou que “o presidente Lula condenou desde o dia 7 de outubro os atos terroristas do Hamas; o fez diversas vezes; e se opõe a uma reação desproporcional e ao sofrimento de mulheres e crianças na Faixa de Gaza”.

*Com informações do Fantástico

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