Presidente do Peru fala de uma Amazônia com ‘rosto humano’ e alerta para extinção de línguas tradicionais

A Presidente do Peru, Dina Ercilia Boluarte Zegarra, nesta terça-feira (8), em Belém, durante o debate geral da reunião dos países signatários do Tratado de Cooperação Amazônica  da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) fez um discurso focado na cultura e tradições da região de uma Amazônia com “rosto humano”.

“O Peru é o segundo país com a maior área de floresta amazônica o que levou a criação de uma tradição de Amazônia com rosto humano. A centralidade da Amazônia no Peru, bem como a particular visão que tem o peruano, se expressa de diferentes formas, primeiro com o rosto humano, que representa 61% do território peruano.”, explicou.

Zegarra exaltou que o território peruano não é um santuário, porém, deve prezar o bem estar dos cidadãos das comunidades nativas e originárias da região que também retratam a floresta, pois segundo ela, se trata do lar de mais de 5 milhões de peruanos, além dos 50 milhões de sul-americanos.

A diminuição das desigualdades econômicas e sociais, também foi citada por ela, como iniciativa ao desenvolvimento de políticas públicas que envolvam todos os níveis de governo contemplando o critério de sustentabilidade e proteção.

Alerta para extinção de línguas tradicionais

A presidente também citou a necessidade da ação conjunta entre os países do tratado, na infraestrutura e conectividade para compartilhar práticas públicas que reconheçam o potencial das atividades da Amazônia, melhorando as condições de vida ao povo e que preservem a cultura regional do Peru, diante o atual risco da extinção de línguas originárias.

“Quero elevar a minha voz diante o risco do desaparecimento das nossas línguas originárias. Ao morrer uma língua originária morre todo um legado cultural e histórico. Perder o idioma  representa para um povo perder a identidade, a sua sabedoria.”, ressaltou.

Diante as propostas elencadas pela presidente, a argumentação foi pelo fortalecimento de princípios e práticas fundamentais para a convivência democrática entre os envolvidos e citou a criação de uma rede coordenados de pesquisa de conhecimentos e valorização ancestrais; aplicação de tecnologias inovadoras e ambientalmente sustentáveis, iniciativas conjuntas de turismo além de um esforço conjunto dos países amazônicos em viajar a outros continentes para mostrar a vitalidade da cultura regional.

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