Conaq cobra governo pois a líder estava sob a proteção do estado
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Maria Bernadete Pacífico, 72, líder quilombola da comunidade de Pitanga de Palmares, no município de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador, foi executada a tiros na noite desta quinta-feira (17), após ter o terreiro de Candomblé que liderava invadido por homens armados. O crime foi denunciado por vizinhos e familiares que testemunharam a invasão.
Pelo Twitter, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, informou que determinou o imediato deslocamento das equipes do ministério até a Bahia.
O Ministério da Igualdade Racial confirmou a ida de uma comitiva para a Bahia, nesta sexta-feira (18), para uma reunião presencial com órgãos do estado da Bahia, para atendimento às vítimas e familiares e para garantir que seja garantida a proteção e defesa do território.
O Ministério da Igualdade Racial acusa, ainda, o racismo religioso do caso: “O ataque contra terreiros e o assassinato de lideranças religiosas de matriz africana não é pontual. Mãe Bernadete – defensora de direitos humanos, mãe de vítima de violência, política e yalorixá – tinha muitas lutas, e a luta pela liberdade e direitos para todo o povo negro e de terreiro tranversalizava todas”, informa a nota.
A líder quilombola Maria Bernadete Pacífico estava sob proteção da Polícia Militar há pelo menos dois anos.
Em entrevista ao g1, o advogado da família, David Mendez, explicou o tipo de proteção que Bernadete teria que receber por meio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia (SJDH), e questionou a ação da Polícia Militar.
De acordo com Mendez, Bernadete entrou no programa de proteção após ser ameaçada por madeireiros ilegais. “Ela entrou no programa há dois anos. Bernadete recebia ameaças de várias frentes, que foram intensificadas quando madeireiros ilegais passaram a ameaçá-la. Ela sempre deixou claro os riscos que corria e ficou sob o programa a pedido dela mesma”, detalhou.
No entanto, para o representante da família, a ação não era efetiva. “A proteção do estado era só uma ronda simbólica. Uma viatura da PM ia lá uma vez por dia, geralmente no final da tarde, falava com ela e ia embora. Que segurança é essa?”.
Segundo David Mendez, dias antes de morrer, a líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, havia relatado ter recebido novas ameaças dos madeireiros. “Recentemente ela relatou para a gente, em três ocasiões, que pessoas passavam pela casa dela à noite dando tiro para cima, como se fosse uma espécie de recado, de aviso. Fora as comunicações de boca–boca. Então não era novidade para ninguém”, contou.
A denúncia feita por Bernadete era pela extração ilegal de madeira na comunidade quilombola, por se tratar de uma Área de Proteção Ambiental (APA).
Ao g1, o advogado afirmou que o estado sempre esteve ciente do risco que Mãe Bernadete corria. Para Mendez, o envolvimento da líder em lutas que envolvem interesses econômicos podem dificultar descoberta de mandante do assassinato.
“Ela lutava contra vários interesses econômicos, eram lutas realmente grandiosas. Havia processos milionários envolvendo royalties de petróleo e gás explorados pela Refinaria Mataripe, concessão de energia elétrica sem contrapartida para a comunidade, e até uma represa da Embasa [Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A] que inundou território quilombola e a comunidade nunca foi indenizada.”
A morte de Bernadete Patrocínio foi confirmada pela Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos), que lamentou o assassinato da sua coordenadora nacional.
“A família Conaq sente profundamente a perda de uma mulher tão sábia e de uma verdadeira liderança. Sua partida prematura é uma perda irreparável não apenas para a comunidade quilombola, mas para todo o movimento de defesa dos direitos humanos”, publicou a Conaq.
O documento cobra que o Estado brasileiro tome medidas imediatas para a proteção das lideranças do Quilombo de Pitanga de Palmares.
“É dever do Estado garantir que haja uma investigação célere e eficaz e que os responsáveis pelos crimes que têm vitimado as lideranças desse quilombo sejam devidamente responsabilizados”, exige a Conaq.
Com informações do UOL e do G1
Foto: Reprodução
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