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Executivo - 01 de março de 2021
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Juristas afirmam que pedidos de impeachment, no Amazonas, são meramente políticos

De acordo com matéria publicada pelo site Dia a Dia On-line, advogados no Amazonas afirmam que não há motivações jurídicas para um eventual afastamento do governo nos pedidos de impeachment

Por: Redação
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Manaus | AM

Juristas no Amazonas afirmam que não há motivações jurídicas para um eventual afastamento do governador Wilson Lima (PSC) nos pedidos de impeachment apresentados na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), e que as consequências seriam danosas economicamente e politicamente para o Estado. As informações constam em matéria publicada pelo site Dia a Dia On-line, neste domingo (28).

Segundo os juristas, o processo de impeachment tem uma peculiaridade muito grande: quem investiga, julga e condena autoridades por crime de responsabilidade é o Poder Legislativo e não o Poder Judiciário necessariamente, diferente de um processo contra crimes comuns. Isso significa que a ALEAM tem os papéis de acusador, de juiz e de júri, tudo ao mesmo tempo.

Segundo a matéria, somente este ano, sete pedidos de impeachment contra Wilson Lima foram apresentados na Casa Legislativa. No ano passado, foram seis. No total, há 13 pedidos tramitando na Procuradoria da Casa, que faz a análise jurídica dos pedidos.

Conforme o advogado e professor de Direito Constitucional da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Neuton Alves de Lima, do ponto de vista jurídico não há motivações nos pedidos de impeachment apresentados na ALEAM que justifiquem um eventual afastamento do governador.

“Sob o ponto de vista jurídico não há motivação, são matérias já requentadas, essas matérias já vêm se arrastando há muito tempo. O fato de ter havido o recrudescimento da pandemia nesses meses de janeiro e fevereiro, isso não é motivação, isso não é um ato que se deu por conta dele simplesmente”, considera.

O professor de direito também reforça que as consequências de um eventual processo de impeachment serão desastrosas para o Amazonas. “As piores possíveis. Porque a gente está em um momento, voltado todas as energias, todo foco, toda atenção para combater uma pandemia no Estado, medindo o momento de se restringir a movimentação das pessoas pelas ruas, aquele decreto do lockdown e iria desconfigurar toda essa atenção para um processo de impeachment que iria se arrastar aí por no mínimo seis, sete meses e esquecendo o principal que é cuidar da vida das pessoas, cuidar da questão da vacina. Então, as consequências seriam piores nesse aspecto e fora os interesses políticos”, explicou.

Segundo o professor, o impeachment é um processo jurídico, mas dirigido por um órgão político, o que lhe dá característica política devido ao sujeito. Em outras palavras, o conteúdo do processo é todo jurídico, mas os sujeitos, julgados e julgadores, são políticos, assim como o efeito da condenação, que, apesar de ser jurídico, também produz uma gravíssima consequência política e administrativa, a destituição do cargo, conforme art. 78 da Lei 1.079/1950.

Deste modo, ainda que a decisão seja tomada por políticos, eles precisam ser muito bem assessorados por juristas, tendo em vista que é preciso respeitar os conceitos do direito, a começar pelos princípios, como o da presunção de inocência e da adequação social.

“Um afastamento vai atender o interesse de uma pessoa, por exemplo, que quer se cacifar politicamente para as próximas eleições? No meu entendimento não há motivação. Mas, se eles quiserem que haja, há sim. Porque o processo é político e jurídico”, afirmou.

Política

Para o cientista político, Helso Ribeiro Filho, também advogado, um impeachment neste momento que o Estado está – com a pandemia do novo coronavírus, seria danoso para a economia e demais setores.

“Por conta desta pandemia, o Estado do Amazonas, você observa que turismo nós não temos, atividades culturais mínimas, atividades econômicas com uma retração de 6% mais ou menos, até um pouco mais. Uma unidade federativa, um estado da federação que está com um processo de impeachment ou que afasta seu governador isso gera uma crise não só no campo político mas também econômico. Então qualquer pedido de impeachment, eu acredito que é um passo a trás”, afirmou.

Helso esclarece que o resultado das eleições é uma das principais manifestações da soberania popular e que Wilson Lima foi eleito pelo voto popular. Para ele, em 2022, a sociedade poderá decidir se aprovou ou não a gestão dele por meio da eleição estadual.

“Eu não quero tirar a liberdade de que alguém protocole o pedido de impeachment, é um direito, mas eu vejo faltando 1 ano e 10 meses para a acabar o mandato, então considero um retardo em investimentos para o Amazonas, para o desenvolvimento até social do Estado, essa é a minha visão. Portanto, ainda que as pessoas que ingressaram com o pedido, eu acho que é um direito deles, mas não é o melhor momento para esse tipo de pedido”, afirmou.

O cientista político considera, ainda, que a crise na Saúde com a pandemia é uma realidade em todo o País. “Não só o Amazonas, mas principalmente o Amazonas, o Brasil atravessa um período cruel, pessoas morrendo. Eu nunca vi nos meus quase 58 anos, eu destinar tanto do meu tempo a desejar pêsames, condolências a pessoas, muita gente morrendo. Vejo que é um momento de irmanarmos, sermos solidários aos alheios e tentarmos envidar esforços para combater esta pandemia, não é momento para esse tipo de situação”, completou.

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Notas do Poder

26/07
13:13

CONVENÇÃO DO AVANTE

O prefeito de Manaus e pré-candidato à reeleição, David Almeida (Avante), confirmou que a convenção do seu partido será no próximo dia 3 de agosto, às 19 horas, no Espaço Via Torres. Os partidos Avante, PSD, MDB, DC e AGIR estão articulados para apoiar sua reeleição, com outros partidos em tratativas. O anúncio do vice-prefeito ocorrerá próximo à convenção, com possíveis candidatos sendo Renato Júnior, Capitão William Dias e Shádia Fraxe. Almeida busca um vice com um perfil semelhante ao de seu atual vice, Marcos Rotta, elogiando sua lealdade e contribuição.

26/07
13:12

PREFEITO MULTADO

O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) multou o prefeito de Barreirinha, Glênio Seixas (MDB), em R$ 13.600 devido à contratação irregular do cantor Raí Saia Rodada para a décima quinta Exposição e Feira Agropecuária de Barreirinha. A denúncia do Ministério Público de Contas (MPC) apontou a falta de licitação na contratação, violando princípios de transparência e competitividade. O TCE-AM também identificou falhas no cumprimento da Lei de Acesso à Informação pelo prefeito. Seixas tem 30 dias para pagar a multa, sob pena de inscrição em dívida ativa e possível cobrança judicial.

26/07
13:12

TSE REAGE A MADURO

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu não enviar representantes para acompanhar as eleições presidenciais na Venezuela, programadas para domingo (28). A decisão foi tomada após Nicolás Maduro, candidato à reeleição e ditador da Venezuela, afirmar que as eleições no Brasil não são auditadas. O TSE reforçou a segurança e a auditabilidade das urnas eletrônicas brasileiras e classificou as declarações de Maduro como falsas. Inicialmente, o TSE havia designado dois especialistas para a missão, mas cancelou após as declarações desrespeitosas. Maduro enfrenta acusações de repressão e restrição de liberdade no período eleitoral.

26/07
13:09

VICE DE AMOM

No processo de escolha do vice-prefeito na chapa PSD-Cidadania de Amom Mandel, o nome de Virgílio Melo, secretário-geral do PSDB-AM, “corre por fora” como uma possível surpresa. Embora não seja o favorito, Virgílio tem uma sólida experiência em gestão e é confiável para o senador Plínio Valério. Outros candidatos considerados são a juíza aposentada Maria Eunice Torres do Nascimento, o ex-deputado Humberto Michiles e o ex-deputado Ricardo Nicolau, com este último enfrentando resistência familiar para retornar à política. A decisão será anunciada na convenção partidária marcada para o próximo dia 30, no Clube do Trabalhador do SESI em Manaus.

26/07
13:07

HANG CONDENADO

Luciano Hang, proprietário da Havan, foi condenado a 1 ano e 4 meses de regime semiaberto, 4 meses de serviço comunitário e multa de 35 salários-mínimos pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. A condenação é por “difamação” e “injúria” contra o arquiteto Humbert Hickel, após Hang chamá-lo de “esquerdopata” e sugerir que ele “vá a Cuba”. Hickel havia liderado uma campanha contra uma estátua da Liberdade em frente à loja Havan em Canela (RS). Hang defende sua liberdade de expressão e critica Hickel, alegando que ele está distorcendo os fatos para ganhar fama.

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