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Executivo - 25 de janeiro de 2024
Foto: Reprodução/Internet

Inerte, PT sofre com ascensão da direita no Amazonas

Em conversa com o site O Poder, o advogado e analista político Anderson Fonseca avaliou que a sigla possui espaço no Estado, mas na capital, Manaus, a maioria da população parece inclinada a apoiar a direita, especialmente ao idealismo de Bolsonaro

Por: Leon Furtado
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O PT enfrenta divergências internas em Manaus, sem definir um candidato para a Prefeitura em 2024. No Amazonas, o partido não apresenta candidatos ao governo do estado desde 2002, reconhecendo o desafio diante do avanço do bolsonarismo na região. A insatisfação atingiu níveis críticos, levando o ex-deputado federal Francisco Praciano a convidar José Ricardo para deixar o PT e formar uma chapa pelo PDT nas eleições de outubro, porém, eles recuaram.

Em conversa com o site O Poder, o advogado e analista político Anderson Fonseca avaliou que a sigla possui espaço no Estado, mas na capital, Manaus, a maioria da população parece inclinada a apoiar a direita, especialmente ao idealismo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Lições de Geraldo Alckmin 

Fonseca citou o exemplo de Geraldo Alckmin, que, mesmo sendo candidato várias vezes pelo PSDB, não conseguiu vencer as eleições presidenciais. Diante disso, Alckmin teria abandonado parte do pensamento ideológico do partido e adotado uma abordagem mais pragmática. Ele teria se aliado a um candidato com maiores chances de vitória, eventualmente alcançando sucesso nessa estratégia.

O analista sugere que a situação enfrentada por membros do PT pode ser parecida. Eles podem estar enfrentando a dificuldade de conquistar um cargo majoritário historicamente difícil para o PT em sua região. Nesse contexto, Fonseca discute a possibilidade de uma decisão mais pragmática, envolvendo a mudança para outra sigla ou a formação de uma nova, que tenha mais condições de agregar votos e, consequentemente, obter sucesso nas eleições municipais.

“A circunstância que nós já temos encontrado, e aí a gente tem um expoente exemplificando isso no Geraldo Alckmin, foi no PSDB muitas vezes candidato, sempre bateu na trave, nunca conseguiu emplacar o seu nome, e aí acabou deixando de lado um pouco o pensamento ideológico e foi mais pragmático. Resolveu se aliar a um candidato que teria condições de conquistar uma vaga certa para a presidência da república e acabou emplacando.”, mencionou. 

Resistência e força de Sinésio Campos

Fonseca mencionou que o PT não tem conseguido muitos expoentes na capital e que o deputado estadual Sinésio Campos (PT) é uma exceção, que tem se mantido como uma força do PT por um longo tempo. Ele observou que, na última eleição, a recondução do parlamentar ao cargo de deputado estadual não foi fácil, indicando desafios para o partido na capital.

“Na verdade, no estado, se olharmos de maneira geral, o PT tem uma certa aceitação nos interiores. No entanto, na capital, que é uma cidade-estado, em Manaus, predominantemente é de direita, com uma inclinação atual para o idealismo de Bolsonaro. Isso resulta no PT não conseguindo muitos expoentes. Temos o deputado Sinésio, que é uma força do PT há muito tempo e continua mantendo sua posição. No entanto, ao analisar os números da última eleição, sua recondução ao cargo de deputado estadual não foi tão fácil como poderia parecer. Isso se deve principalmente ao fato de que os votos do interior tiveram um peso significativo nessa situação. Agora, na capital, é realmente uma realidade, pois uma minoria acaba apoiando as ideias do PT e as ideias de esquerda, principalmente considerando a situação de termos uma capital mais alinhada aos movimentos de direita”, observou.

Efetividade das políticas e impacto eleitoral

Fonseca ainda considerou que as políticas governamentais têm sido mais direcionadas para regiões onde o PT tem uma presença consolidada, como o Sudeste, Sul e Nordeste. A eficácia de programas como “Para Todos” no interior do país, abordando questões estruturais, mas ressaltou que esses benefícios não têm se refletido nas urnas em cidades de maior porte, citando Manaus como exemplo emblemático. Em capitais, entre elas Manaus, há uma rejeição mais pronunciada a políticas associadas ao PT, o que pode ter implicações nas eleições municipais e na corrida presidencial de 2026.

O analista prevê que candidatos alinhados à direita ideológica terão mais sucesso nas eleições de 2024. Ele destaca a eleição para conselheiros tutelares como um indicativo dessa tendência, sugerindo que isso pode se repetir nas eleições municipais, consolidando uma preferência por candidatos de direita nas urnas. Essas análises servem como um termômetro para entender as possíveis dinâmicas eleitorais nos próximos pleitos.

“Essa situação certamente terá reflexos nas eleições deste ano, especialmente no que diz respeito à escolha dos prefeitos pelas siglas, considerando também a perspectiva de 2022 com a possível ascensão do PT à presidência da República. No que se refere à nossa capital, acredito que não será uma situação muito significativa, uma vez que tradicionalmente somos uma capital de direita. Nos últimos tempos, acompanhamos uma série de eventos envolvendo não apenas a direita, mas também figuras como Jair Bolsonaro, TCE, cassações, entre outras circunstâncias. Certamente, teremos uma resposta nas urnas para candidatos que se alinhem mais a esse pensamento de direita. Se considerarmos como um termômetro a eleição para conselheiros tutelares, observamos que, em sua maioria, foram eleitos candidatos ligados a essa forma de pensamento. Isso, se levado em consideração para as eleições municipais, é uma tendência que se repetirá”, analisou.

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