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Pró-vida: senadores do Amazonas e Roraima são contra a flexibilização do aborto

Parlamentares se posicionaram após governo federal anunciar saída de acordo internacional antiaborto

Por: Redação
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MANAUS | AM

Após o governo Lula (PT) anunciar, na última terça-feira (17), o desligamento da Declaração de Consenso de Genebra – aliança internacional antiaborto -, assinada pela gestão de Jair Bolsonaro (PL) em 2020, acendeu-se o alerta sobre a flexibilização do aborto no país. Atualmente, a lei brasileira permite a interrupção da gravidez somente em três situações: risco de morte para a mulher, causado pela gravidez; gravidez resultante de um estupro; ou se o feto é anencefálico.

Diante da repercussão do tema, senadores do Amazonas e de Roraima se posicionaram contrários a possibilidade do governo federal descriminalizar o aborto no Brasil, crime previsto nos artigos 124 e 126 do Código Penal.

Ao site O PODER, o senador Plínio Valério (PSDB) disse que a decisão tomada pelo governo federal vai contra o que Lula prometeu durante a campanha – quando assumiu o compromisso de defesa do nascituro – e vê a medida como uma traição aos eleitores.

“Eu sou contra a legalização do aborto, salvo nos casos previstos em lei. Recebi com surpresa a decisão do governo de se retirar do acordo de Genebra pela vida, principalmente pelo descumprimento de posição do atual presidente Lula, que se colocou tão afirmativamente contra o aborto na campanha presidencial e, em função disso, angariou os votos de muitos católicos e evangélicos. Como os bispos da CNBB que acreditaram em Lula e agora divulgam nota de repúdio ao governo, milhões de eleitores pró-vida devem estar se sentindo traídos”, afirmou o parlamentar.

O senador de Roraima Mecias de Jesus (Republicanos) classificou a saída do Brasil do Consenso de Genebra como “desastrosa” e afirmou que vai estar vigilante à questão no Senador Federal.

“São desastrosas as recentes ações do Governo Federal que sinalizam para uma flexibilização do aborto. Ao retirar o Brasil da aliança internacional contra o aborto caminhamos para uma tentativa de legalização. Não podemos aceitar! Precisamos assegurar as políticas pró-vida!”, disse o senador por meio das redes sociais.

A reportagem entrou em contato com os senadores do Amazonas Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD), aliados de Lula, para saber o posicionamento diante do assunto, e até o momento não obteve resposta.

O Consenso de Genebra

A “Declaração de Consenso de Genebra na Promoção da Saúde da Mulher e no Fortalecimento da Família” foi criada em 2020 pelo então presidente dos Estados Unidos Donald Trump — em uma declaração coautorada por Bolsonaro, na tentativa de bloquear votações em fóruns internacionais sobre educação sexual e direitos reprodutivos, sob alegação de que estes abrem precedentes para a legalização do aborto.

Os quatro pilares da aliança são “preocupação com a saúde da mulher, proteção da vida humana, fortalecimento da família e defesa da soberania das nações na criação de políticas próprias de proteção à vida”.

O pacto tinha originalmente 34 países signatários, entre eles estão: Estados Unidos, Egito, Hungria, Indonésia, Uganda, Arábia Saudita; Bielorrússia; República Democrática do Congo; Haiti; Iraque; Kuwait; Paquistão; Senegal; Emirados Árabes.

Para justificar a retirada do Brasil do acordo pró-vida, os ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania; das Mulheres; da Saúde e das Relações Exteriores emitiram um posicionamento oficial, informando que o texto do acordo em Genebra “contém entendimento limitativo dos direitos sexuais e reprodutivos e do conceito de família e pode comprometer a plena implementação da legislação nacional sobre a matéria, incluindo os princípios do SUS”.

Ainda segundo a nota dos ministérios, o governo Lula decidiu promover “a garantia efetiva e abrangente da saúde da mulher, em linha com o que dispõem a legislação nacional”, além de respeitar o que eles chamam de “diferentes configurações familiares”.

Revogação 

Na mesma toada em afrouxar leis antiaborto no Brasil, o Ministério da Saúde publicou, na última segunda-feira (16), a revogação de uma portaria de setembro de 2020 que dispõe sobre a autorização da interrupção da gravidez nos casos previstos em lei, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O texto destacava a necessidade de comunicar o fato à autoridade policial responsável e de se preservar possíveis evidências materiais do crime de estupro a serem entregues à polícia ou perícia, como fragmentos de embrião ou feto.

O Ministério da Saúde afirma que todas as ações anuladas não haviam sido pactuadas com representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

“A falta de transparência, diálogo e definições conjuntas entre União, estados e municípios é totalmente contrária aos preceitos básicos do SUS, que determinam uma gestão compartilhada do sistema de saúde brasileiro”, diz o ministério em nota.

Reprovação

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reprovou as medidas do governo federal e as caracterizou como “iniciativas que sinalizem para a flexibilização do aborto”. No texto, a entidade cita a saída do Brasil da Convenção de Genebra e critica a revogação da portaria que dificultava acesso ao aborto legal.

“A hora pede sensatez e equilíbrio para a efetiva busca da paz. É preciso lembrar que qualquer atentado contra a vida é também uma agressão ao Estado Democrático de Direito e configura ataques à dignidade e ao bem-estar social”, diz a nota.

Foto: Reprodução

#Senadores Aborto acordo de genebra #Amazonas #Lula #Roraima

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Notas do Poder

26/07
13:13

CONVENÇÃO DO AVANTE

O prefeito de Manaus e pré-candidato à reeleição, David Almeida (Avante), confirmou que a convenção do seu partido será no próximo dia 3 de agosto, às 19 horas, no Espaço Via Torres. Os partidos Avante, PSD, MDB, DC e AGIR estão articulados para apoiar sua reeleição, com outros partidos em tratativas. O anúncio do vice-prefeito ocorrerá próximo à convenção, com possíveis candidatos sendo Renato Júnior, Capitão William Dias e Shádia Fraxe. Almeida busca um vice com um perfil semelhante ao de seu atual vice, Marcos Rotta, elogiando sua lealdade e contribuição.

26/07
13:12

PREFEITO MULTADO

O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) multou o prefeito de Barreirinha, Glênio Seixas (MDB), em R$ 13.600 devido à contratação irregular do cantor Raí Saia Rodada para a décima quinta Exposição e Feira Agropecuária de Barreirinha. A denúncia do Ministério Público de Contas (MPC) apontou a falta de licitação na contratação, violando princípios de transparência e competitividade. O TCE-AM também identificou falhas no cumprimento da Lei de Acesso à Informação pelo prefeito. Seixas tem 30 dias para pagar a multa, sob pena de inscrição em dívida ativa e possível cobrança judicial.

26/07
13:12

TSE REAGE A MADURO

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu não enviar representantes para acompanhar as eleições presidenciais na Venezuela, programadas para domingo (28). A decisão foi tomada após Nicolás Maduro, candidato à reeleição e ditador da Venezuela, afirmar que as eleições no Brasil não são auditadas. O TSE reforçou a segurança e a auditabilidade das urnas eletrônicas brasileiras e classificou as declarações de Maduro como falsas. Inicialmente, o TSE havia designado dois especialistas para a missão, mas cancelou após as declarações desrespeitosas. Maduro enfrenta acusações de repressão e restrição de liberdade no período eleitoral.

26/07
13:09

VICE DE AMOM

No processo de escolha do vice-prefeito na chapa PSD-Cidadania de Amom Mandel, o nome de Virgílio Melo, secretário-geral do PSDB-AM, “corre por fora” como uma possível surpresa. Embora não seja o favorito, Virgílio tem uma sólida experiência em gestão e é confiável para o senador Plínio Valério. Outros candidatos considerados são a juíza aposentada Maria Eunice Torres do Nascimento, o ex-deputado Humberto Michiles e o ex-deputado Ricardo Nicolau, com este último enfrentando resistência familiar para retornar à política. A decisão será anunciada na convenção partidária marcada para o próximo dia 30, no Clube do Trabalhador do SESI em Manaus.

26/07
13:07

HANG CONDENADO

Luciano Hang, proprietário da Havan, foi condenado a 1 ano e 4 meses de regime semiaberto, 4 meses de serviço comunitário e multa de 35 salários-mínimos pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. A condenação é por “difamação” e “injúria” contra o arquiteto Humbert Hickel, após Hang chamá-lo de “esquerdopata” e sugerir que ele “vá a Cuba”. Hickel havia liderado uma campanha contra uma estátua da Liberdade em frente à loja Havan em Canela (RS). Hang defende sua liberdade de expressão e critica Hickel, alegando que ele está distorcendo os fatos para ganhar fama.

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