ONU condena ‘bloqueio total’ em Gaza por Israel e pede ajuda humanitária urgente

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, expressou sua preocupação com o “bloqueio total” imposto por Israel à Faixa de Gaza e fez um apelo à comunidade internacional para fornecer apoio humanitário urgente aos civis palestinos afetados.

Em uma entrevista coletiva de imprensa, Guterres destacou a situação humanitária já precária na região antes dos recentes conflitos e enfatizou que a mesma está agora em risco de deterioração significativa. Ele ressaltou a necessidade urgente de suprimentos médicos, alimentos, combustível e outros itens humanitários, bem como o acesso a pessoal de ajuda humanitária para Gaza.

O chefe da ONU também pediu o fim dos ataques a Israel e aos territórios palestinos ocupados, destacando as consequências humanas devastadoras desses conflitos. Ele apelou a “todas as partes e setores relevantes” que permitam o acesso da ONU para a entrega de assistência humanitária às pessoas retidas e vulneráveis na Faixa de Gaza.

Os recentes conflitos começaram com um ataque surpresa do grupo islâmico Hamas contra o território israelense, que incluiu o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar. Em resposta, Israel lançou ataques aéreos contra instalações do Hamas na Faixa de Gaza.

Os números mais recentes relatam mais de 560 mortes devido aos ataques aéreos israelenses em Gaza, incluindo dezenas de crianças e mulheres. Isso eleva o total de mortes em ambos os lados dos conflitos iniciados no sábado para mais de 1.250. Nas últimas horas, um campo de refugiados em Gaza foi alvo de bombardeios, causando um número desconhecido de vítimas e levando ao deslocamento de pelo menos 123 mil pessoas em uma região com 2 milhões de habitantes.

Israel impôs um bloqueio total ao fornecimento de combustível, alimentos e eletricidade à Faixa de Gaza. O número significativo de mortos em um curto período de tempo é uma situação sem precedentes na história de Israel, comparável apenas à primeira guerra israelo-árabe de 1948, após a fundação do Estado de Israel.