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Militante de esquerda, superintendente do Ibama no Amazonas acusa agropecuaristas por queimadas e fumaça, mas não prova

Joel Araújo indicou que a classe agropecuarista estaria ligada à crise ambiental causada pela fumaça em Manaus, no entanto, não forneceu quaisquer detalhes

Por: Leon Furtado
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A “onda de fumaça” que encobre Manaus, uma das cidades mais afetadas pela crise ambiental no Amazonas, foi atribuída a queimadas por agropecuaristas nos municípios de Careiro e Autazes, pelo Superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, nesta semana. No entanto, ele não comprovou as acusações.

A equipe do site O Poder entrou em contato com o superintendente, na última sexta-feira (13) por meio de mensagens eletrônicas, em seu número corporativo, em busca de informações mais precisas e provas sobre a denúncia. Na ocasião, foram enviados ao representante do órgão ambiental os seguintes questionamentos:
Existe alguma informação específica sobre os agropecuaristas envolvidos nesses incêndios? Suas identidades foram estabelecidas?
O que esses agropecuaristas produzem em suas propriedades? São fazendas de gado, cultivos agrícolas ou outra atividade?
Você pode descrever o tamanho dessas propriedades? São grandes ou pequenas? Quantos hectares aproximadamente?
Onde exatamente estão localizadas essas propriedades? Elas estão próximas de áreas de conservação ambiental ou florestas?
Até o momento, houve autuações ou ações legais contra esses agropecuaristas em relação aos incêndios?
Qual é a motivação conhecida ou suspeita por trás dessas queimadas? É principalmente para limpeza de terras, expansão de pastagens ou outras razões?
Existem provas concretas que conectam esses agropecuaristas às queimadas, como evidências documentais, imagens de satélite ou depoimentos de testemunhas?
Quais medidas estão sendo tomadas pelo Ibama e outras autoridades para controlar os incêndios em Careiro e Autazes? Há esforços em andamento para responsabilizar aqueles que causaram os incêndios de forma ilegal?
Quais são os planos para prevenir incêndios futuros na região?

O superintendente apenas respondeu: “Tô em reunião”. Ele ainda foi cobrado sobre os questionamentos, mas sem êxito.

O responsável pelo Ibama no Amazonas apontou a ação de agropecuaristas como a causa principal dessa calamidade ambiental para um site local com apontamentos superficiais. Segundo ele, o Ibama mobilizou 45 brigadistas na tentativa de conter o incêndio no município do Careiro, o maior da região, na esperança de reduzir a fumaça que assola Manaus. A situação é tão grave que Manaus chegou a ocupar o segundo lugar no ranking das cidades com pior qualidade do ar.

“Essa fumaça vem dessa região e é provocada pelo uso inadequado do fogo em áreas de agropecuária e que se estendem para áreas de vegetação”, afirmou.

Militante esquerdista
Em maio deste ano, Joel Bentes de Araújo, servidor de carreira do Ibama, assumiu oficialmente a superintendência do órgão no Amazonas. A nomeação dele foi assinada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Joel, que já vinha respondendo interinamente pelo cargo desde o início do novo governo, foi indicado com o apoio do Partido dos Trabalhadores (PT).

O novo superintendente do Ibama é filiado ao PT de Parintins e chegou a presidir o diretório executivo municipal do partido. Sua nomeação foi resultado de articulações políticas dentro do PT e contou com o apoio de diversas lideranças, incluindo o ex-deputado José Ricardo.

joel araujo

Deputada diz que queimadas são criminosas
Ainda nesta semana, a deputada estadual Joana Darc trouxe à tona a informação de que mais de 95% das queimadas que atingem o Amazonas estão sendo provocadas pela ação humana de forma proposital e criminosa.

Ela ressaltou a necessidade de denúncias com provas concretas para lidar com esse problema, afirmando que simples multas não são suficientes. A deputada defende a prisão para quem comete incêndios criminosos, que, segundo ela, representam um crime continuado contra a humanidade e o meio ambiente. A parlamentar enfatizou a gravidade desses atos, considerando-os um crime continuado contra a humanidade e o meio ambiente, e prejudicial à saúde das pessoas.

Marina Silva não cita causas agropecuárias
A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, afirmou na última sexta-feira, durante entrevista coletiva em Brasília (DF), que não existe fogo natural na Amazônia e ressaltou que o principal vetor dos incêndios no local decorre da prática do desmatamento.

“É uma situação de extrema gravidade porque há cruzamento de três fatores: grande estiagem provocada pelo El Niño; matéria orgânica em grande quantidade ressecada; ateamento de fogo em propriedades particulares e dentro de áreas públicas de forma criminosa”, declarou.

OAB-AM alertou sobre aumento de incêndios no Amazonas
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Amazonas (OAB-AM), através de sua Comissão de Meio Ambiente, emitiu um comunicado urgente e destacou a crescente ameaça representada pelo aumento indiscriminado dos focos de incêndio no Amazonas durante a estiagem.

A nota menciona a necessidade iminente de combater essas chamas, que representam uma ameaça tanto para a floresta quanto para a saúde pública. A OAB/AM observa que os incêndios têm origens diversas, incluindo causas espontâneas, acidentais e criminosas, e enfatizou que é responsabilidade do Estado combater eficazmente todos eles. A nota destacou, ainda, a necessidade de uma abordagem especialmente rigorosa para enfrentar os incêndios criminosos e defender a punição máxima dos responsáveis de acordo com a lei.

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