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Economia - 12 de fevereiro de 2023
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Legado de Amazonino Mendes será lembrado por diversas gerações

Político foi quatro vezes governador do Estado do Amazonas e três vezes prefeito de Manaus; uma de suas maiores conquistas foi a UEA, o Bolsa Universidade e os Caic’s

Por: Redação
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AMAZONAS |

Amazonino Mendes faleceu na manhã deste domingo, (12), deixando uma perda significativa para o Estado do Amazonas. O político de 83 anos, protagonizou conquistas históricas para a região, como a criação da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), e os Centros de Atendimento Integral à Criança (Caics), que hoje, atendem uma gama importante de crianças e adolescentes. Vem conhecer com O PODER, um pouco da trajetória que foi a vida pública de Amazonino Mendes e seu legado.

Prefeito de Manaus (1983-1986)

Em 1983 Amazonino assumiu a PMM indicado no ano anterior por Gilberto Mestrinho. No mês de setembro decretou aumento de 100% na tarifa do transporte coletivo.

Estudantes e opositores foram às ruas, mas o movimento foi violentamente reprimido pela PM.

Durante esse seu primeiro mandato, regularizou invasões e urbanizou bairros, alguns deles com mais de 30 anos, pavimentando mais de 600 ruas em dois anos e dois meses de sua gestão.

Criou o projeto Meu Filho, voltado para as crianças em situação de risco, bem como outros projetos, como o Espiral e Restaurante do Pequeno Trabalhador, dentre outros.

Governador do Amazonas (1987–1990)

Durante a campanha de 1986, Amazonino fez apologia ao crime ambiental prometendo dar uma motosserra a cada caboclo do interior do estado.[6] O IBDF (atual IBAMA) ameaçou processá-lo e ele recuou. Chegou a distribuir 2 000 motosserras aos eleitores, as quais acabaram vendidas a madeireiros a preços irrisórios.

Em 1989 Amazonino atentou contra a Constituição Federal extinguindo a Polícia Civil, alegando que a mesma estava podre e corrupta.[8] Conforme a constituição, legislar sobre as polícias é atribuição do Congresso Nacional. Isso inclui extinguir, unificar e outros. A avalanche de ações judiciais impetradas por delegados e policiais colocados em disponibilidade fizeram Amazonino restaurar o “status quo”. O então governador teve que pagar vencimentos atrasados de todos os profissionais de Segurança Pública.

Nesse seu primeiro mandato lançou as bases para o crescimento do Festival de Parintins. Em 1988, ele construiu o Centro Cultural de Parintins, mais conhecido como “Bumbódromo”, com capacidade para 35 mil pessoas, sendo utilizada como escola nos outros períodos do ano.

Em Manaus continuou com obras de urbanização de diversos bairros, ajudou a implantar outros como o Mutirão, bairro Armando Mendes e construiu dezenas de casas populares.

É de sua gestão a construção dos conjuntos Renato Souza Pinto e Oswaldo Frota, bem como de vários núcleos residenciais ampliando o conjunto Cidade Nova. É de sua administração também a restauração do Teatro Amazonas e do Reservatório do Mocó, ambos patrimônios culturais do Estado.

No âmbito social, implantou um programa de combate à fome fornecendo ranchos (cestas básicas) a milhares de famílias carentes – que, apesar de populista, foi mantida durante todo o seu governo.

Em 1990, elegeu-se Senador da República.

Prefeito de Manaus (1993–1994)

Nos dois anos de mandato, promoveu uma revitalização dos pontos turísticos e das avenidas da cidade, duplicando e embelezando os canteiros de algumas das principais vias, constrói os primeiros dois viadutos, várias áreas de lazer, promove várias ações sociais.[carece de fontes]

Urbanizou diversos bairros nesse período e encerra o ano de 93 com a inauguração do complexo da Praia da Ponta Negra, um dos cartões postais da cidade, além de implantar o SOS Manaus, o primeiro serviço de resgate de emergência pública.

Em 1994 deixa a prefeitura para assumir o segundo mandato de governador, tendo sido eleito em 1º. turno.

Governador do Amazonas (1995–1998)

Amazonino se elege governador pela segunda vez. Lança as bases para a revitalização da economia no interior do Estado, o Terceiro Ciclo, incentiva a agricultura em larga escala na região Sul do Estado.

Em Manaus constrói o Pronto Socorro João Lúcio, com o pronto socorro infantil anexo, os Centros de Atendimento Integral à Criança (Caics), os Centros de Atenção Integral a Melhor Idade (Caimi) proporcionando um amplo atendimento aos pacientes; reforma e amplia o Hospital Adriano Jorge.

Em 1996 criou um bairro e um hospital para homenagear sua mãe, ambos com o nome de dela (Francisca Mendes). O Hospital foi concebido para ser um hospital de alta complexidade, inclusive para realização de transplantes, e foi onde ficou hospitalizado quando sofreu um acidente em Presidente Figueiredo, município a 107 km de Manaus, em 2004, negando-se a ser removido para hospitais particulares.

Na área da educação, destaca-se a implantação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A universidade dá oportunidade não somente aos jovens de Manaus mas também aos do interior do Estado, o acesso ao ensino superior através da construção de vários campus da universidade, até então restrita à Universidade Federal do Amazonas, com apenas três campus avançados no interior do Estado.

Reeleito Governador do estado do Amazonas de 1999 a 2002. Em 2001 sua mansão de 2.500 metros quadrados avaliada em mais de 1,3 milhões de reais é a manchete em diversos jornais e revistas do Brasil.

No mesmo ano seu governo patrocinou o Ecosystem 1.0, em Manaus. O local foi uma pedreira abandonada, cercada pela mata amazônica, por onde passaram 45.000 pessoas em quatro dias de festa, com supervisão do Greenpeace, e com DJs brasileiros e estrangeiros. Até o apresentador de TV Gugu Liberato esteve lá para conferir. A rave amazonense logo ganhou características locais: ameaçou virar um escândalo político com a acusação de que o governo estadual gastou 3,6 milhões de reais com a festa, sem licitação alguma. Isso porque um dos promotores foi o filho do então governador Amazonino Mendes.

Eleições 2008

Liderou a apuração no primeiro turno, com 402.717 votos (46,21% dos válidos), enquanto Serafim Fernandes Corrêa (PSB), candidato a reeleição, recebeu 200.423 (23%). Omar Aziz (PMN), terminou em terceiro, com 153.071 (17,56%), e Praciano (PT), em quarto, com 111.536 (12,80%).

Venceu o segundo turno das eleições, derrotando Serafim Corrêa, onde obteve 57,13% do total de votos válidos. Amazonino venceu prometendo fazer atendimento médico e odontológico pela cidade em trailers, criar cyber cafés ambulantes, acabar com o turno intermediário nas escolas, criar 1 000 creches municipais em todas as seis zonas da cidade e diminuir os valores do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

No dia 27 de novembro foi cassado pela juíza Maria Eunice Torres do Nascimento juntamente com seu vice, o deputado federal Carlos Souza (PP). Ambos foram julgados por crimes de captação ilícita de sufrágio por conta da distribuição aleatória de vale — combustível e distribuição de material de propaganda eleitoral. No parecer, a magistrada condenou ainda Amazonino e Souza ao pagamento de multa individual no valor de 50 mil UFIRs (cerca de R$ 92 mil).

O motivo da cassação foi a apreensão, pela Polícia Federal de 419 requisições de combustível com a inscrição “Eleições 2008 – Amazonino Mendes”, que estavam com o gerente de um posto de gasolina no dia 4 de outubro.[17] Um DVD com imagens dos carros sendo abastecidos e cabos eleitorais fixando adesivos do então candidato a prefeito em vários veículos e notas fiscais rasuradas foram entregues por adversários ao Tribunal Regional Eleitoral.[18]

Os advogados do candidato recorreram da decisão da juíza e no dia 16 de dezembro, por decisão liminar do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amazonas o candidato pôde tomar posse no dia 1º de janeiro.

O processo foi julgado no TRE-AM em novembro de 2009, quando a corte decidiu, por maioria de votos, acatar o recurso interposto pelo prefeito e pelo vice e mantê-los no cargo. O MPE-AM recorreu da decisão, mas o Tribunal Superior Eleitoral não conheceu do recurso, pois o Procurador Regional Eleitoral Edmilson Barreiros perdeu o prazo de recorrer. Com isso, a decisão transitou em julgado.

Prefeito de Manaus (2009–2012)

Amazonino prometeu que logo que assumisse, em 1º de janeiro, iria criar uma operação tapa-buracos de emergência nas ruas de Manaus, diminuir pela metade as 36 secretarias municipais e pactuar projetos para a capital com o então governador Eduardo Braga (PMDB).

Em 2009 criou o Programa Bolsa Universidade.

Governador do Amazonas (2017–2019)

Amazonino disputou pelo PDT as eleições suplementares sendo apoiado pelo prefeito Arthur Virgílio.[21] Venceu o segundo turno contra o ex-governador Eduardo Braga.[22]

Eleições 2020

Amazonino foi candidato à Prefeitura de Manaus pelo Podemos, nas eleições 2020‎ e perdeu com 48,73% para David Almeida[23] e assumiu a derrota.

Polêmicas

Seu início de mandato foi agitado, devido a acusação de que seu vice-prefeito Carlos Souza e seu irmão terem envolvimento com narcotráfico, formação de quadrilha e assassinato,[24] no dia 24 de julho de 2009 foi obrigado, por decisão judicial, a conceder o reajuste da tarifa de ônibus de R$ 2,00 para R$ 2,25, sendo que no ano seguinte em março de 2010 determinou a redução da tarifa para R$ 2,10.

Em fevereiro de 2011, durante uma visita à comunidade de Santa Marta zona norte de Manaus, o prefeito Amazonino Mendes e uma moradora do local protagonizaram uma discussão, o prefeito argumentava sobre a necessidade das pessoas de deixarem o local, enquanto a moradora não identificada pedia para que a prefeitura fizessem algo no sentido de urbanizar a área, irritado com o questionamento, o então prefeito chegou a dizer “então morra, morra aí”, depois questionou sua origem, sendo a moradora respondendo que era do estado do Pará, a resposta de Amazonino Mendes gerou desconforto nos dois estados e repercussão nacional, forçando o político a pedir desculpas. No mesmo ano a câmara municipal de Belém declarou Amazonino Mendes como persona non grata, título dado a pessoa como forma de punição impedindo-a da mesma a entrar no município.

No mês de outubro de 2011, o reajuste anunciado em agosto deste mesmo ano entrou em vigor, o novo valor cobrado na passagem seria de R$ 2,75, na época a prefeitura anunciou ainda aumento na tarifa dos ônibus executivos que passaria de R$ 3,00 para R$ 5,50 e o preço da meia-passagem seria de R$ 1,40. Além de propôr a passagem ao preço normal do ajuste de R$ 2,75 aos domingos, visto que antes era da metade do valor da antiga tarifa, tal reajuste deixou a passagem de ônibus de Manaus como uma das mais cara do país.

IPTU e Programa de Financiamento Estudantil

Quanto ao IPTU, baixou significativamente o valor para todas as áreas da cidade, retomando o valor de 2006. Também afirmou que devolverá todo o dinheiro arrecadado a mais durante a gestão anterior e o primeiro ano de sua gestão.

Criou o Programa Bolsa Universidade que foi idealizado na gestão do ex-prefeito de Manaus Serafim Corrêa, através da lei de compensação de créditos tributários às faculdades particulares visando integrar alunos sem condições de arcar com seus estudos superiores em vagas nas instituições de ensino superior parceiras.

 

 

Texto: Jennifer Silva/O Poder
Foto: Divulgação

#amazonino Mendes morre legado

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