AO VIVO
Economia - 24 de novembro de 2023
Foto: Reprodução/internet

Área do Amazonas mais afetada por veto presidencial será a construção civil, aponta economista

O veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afetará os 17 setores que eram abrangidos pela desoneração no país

Por: Filipe Távora
Compartilhe

Venha fazer parte do nosso grupo do Whatsapp e receba em primeira mão as notícias do momento!

Clique aqui

A construção civil será a área mais afetada pelo veto da prorrogação da desoneração da folha de pagamentos feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essa é a opinião da professora do departamento de economia e análise da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Lenice Benevides, que conversou com o site O Poder na tarde desta sexta-feira (24).

A desoneração da folha começou por meio de Medida Provisória (MP) no governo Dilma Rousseff (PT) em 2011. Benevides afirmou que a construção civil é uma área que emprega muito no estado. Segundo a especialista, é necessário aguardar por um plano alternativo para mitigar os efeitos negativos que a falta da desoneração terá sobre o setor. A medida tinha efeitos semelhantes aos de um incentivo fiscal sobre os 17 setores abrangidos no país.

“Ela veio em um momento em que a economia estava começando a ter um crescimento baixo. Teria uma alíquota em torno de 1 a 4,5 sobre a receita bruta, ao invés de 20% sobre a folha de salários”, declarou Benevides.

Medida problemática

O economista Orígenes Martins explicou que a desoneração foi uma maneira de ajudar setores que enfrentavam problemas. Na visão do especialista, a política prejudicou a economia a longo prazo, por se tratar de uma medida apenas setorizada.

“É o grande problema das políticas econômicas brasileiras. Ao invés de se criar políticas gerais, diminuindo impostos, dando benefício para toda a cadeia produtiva, escolhe-se setores específicos para ajudar. Os setores que estavam acostumados com essa vantagem em relação aos outros acabaram em uma situação onde vão ter que rever suas políticas de custo, poque vão ter que voltar a pagar os 20% de Instituto Nacional de Seguro Social (INSS)”, disse.

Impactos

A repercussão do veto à medida poderá acarretar em desemprego e redução da arrecadação de impostos, de acordo com o economista Altamir Cordeiro. Segundo ele: “o Amazonas também será afetado por tabela, pois alguns dos setores afetados pelo veto também vão gerar desemprego e reduzir a oferta de empregos no médio e curto prazo”.

O veto da desoneração afetará a confecção de produtos e até a dinâmica de investimentos das empresas afetadas, segundo o professor e analista político Anderson Fonseca. “Isso, muitas vezes, refreia investimentos, muitas vezes contratações não são feitas. Há uma série de consequências, que ocorrem em efeito dominó e podem ser nocivas”, afirmou.

De acordo com a economista Michele Aracaty, a desoneração contribuiu à geração de emprego e renda. Ela aumentou a capacidade do empresariado de contratar um número maior de pessoas. Os 17 setores abrangidos pela medida são imprescindíveis à economia brasileira. O veto presidencial vai impactar o país inteiro no setor de serviços, que era o mais beneficiado pela desoneração.

“O veto vai trazer um impacto muito negativo à geração de emprego e renda e para a recuperação econômica nesse pós-pandemia. Eu vejo como uma ação extremamente negativa para o cenário macroeconômico brasileiro”, afirmou Aracaty.

Para a economista Denise Kassama, não houve incremento na geração de empregos nos anos que seguiram a instauração da desoneração, o que assinala que o propósito da medida, a longo prazo, não foi eficaz. O que a desoneração conseguiu conquistar foi redução de custo às empresas, ainda conforme Kassama.

“O governo federal entendeu que não vale a pena abrir mão de impostos se não houve melhoria no segmento. Esses setores impactados pela desoneração não são, em maioria, ligados ao Polo Industrial de Manaus (PIM), mas há áreas que mexem com a economia regional, como: construção civil e telecomunicações”, disse.

Segmentos abrangidos

Os 17 segmentos abrangidos pela desoneração da folha são: all center, comunicação, confecção e vestuário, construção civil, empresas de construção e obras de infraestrutura, couro, fabricação de veículos e carrocerias, máquinas e equipamentos, proteína animal, têxtil, tecnologia da informação, tecnologia de comunicação, projeto de circuitos integrados, transporte metroferroviário de passageiros, transporte rodoviário coletivo e transporte rodoviário de cargas.

 

Desoneração #Lula zona franca de manaus veto polo industrial de manaus

COMENTÁRIOS:

Nenhum comentário foi feito, seja o primeiro!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notas do Poder

26/07
13:13

CONVENÇÃO DO AVANTE

O prefeito de Manaus e pré-candidato à reeleição, David Almeida (Avante), confirmou que a convenção do seu partido será no próximo dia 3 de agosto, às 19 horas, no Espaço Via Torres. Os partidos Avante, PSD, MDB, DC e AGIR estão articulados para apoiar sua reeleição, com outros partidos em tratativas. O anúncio do vice-prefeito ocorrerá próximo à convenção, com possíveis candidatos sendo Renato Júnior, Capitão William Dias e Shádia Fraxe. Almeida busca um vice com um perfil semelhante ao de seu atual vice, Marcos Rotta, elogiando sua lealdade e contribuição.

26/07
13:12

PREFEITO MULTADO

O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) multou o prefeito de Barreirinha, Glênio Seixas (MDB), em R$ 13.600 devido à contratação irregular do cantor Raí Saia Rodada para a décima quinta Exposição e Feira Agropecuária de Barreirinha. A denúncia do Ministério Público de Contas (MPC) apontou a falta de licitação na contratação, violando princípios de transparência e competitividade. O TCE-AM também identificou falhas no cumprimento da Lei de Acesso à Informação pelo prefeito. Seixas tem 30 dias para pagar a multa, sob pena de inscrição em dívida ativa e possível cobrança judicial.

26/07
13:12

TSE REAGE A MADURO

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu não enviar representantes para acompanhar as eleições presidenciais na Venezuela, programadas para domingo (28). A decisão foi tomada após Nicolás Maduro, candidato à reeleição e ditador da Venezuela, afirmar que as eleições no Brasil não são auditadas. O TSE reforçou a segurança e a auditabilidade das urnas eletrônicas brasileiras e classificou as declarações de Maduro como falsas. Inicialmente, o TSE havia designado dois especialistas para a missão, mas cancelou após as declarações desrespeitosas. Maduro enfrenta acusações de repressão e restrição de liberdade no período eleitoral.

26/07
13:09

VICE DE AMOM

No processo de escolha do vice-prefeito na chapa PSD-Cidadania de Amom Mandel, o nome de Virgílio Melo, secretário-geral do PSDB-AM, “corre por fora” como uma possível surpresa. Embora não seja o favorito, Virgílio tem uma sólida experiência em gestão e é confiável para o senador Plínio Valério. Outros candidatos considerados são a juíza aposentada Maria Eunice Torres do Nascimento, o ex-deputado Humberto Michiles e o ex-deputado Ricardo Nicolau, com este último enfrentando resistência familiar para retornar à política. A decisão será anunciada na convenção partidária marcada para o próximo dia 30, no Clube do Trabalhador do SESI em Manaus.

26/07
13:07

HANG CONDENADO

Luciano Hang, proprietário da Havan, foi condenado a 1 ano e 4 meses de regime semiaberto, 4 meses de serviço comunitário e multa de 35 salários-mínimos pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. A condenação é por “difamação” e “injúria” contra o arquiteto Humbert Hickel, após Hang chamá-lo de “esquerdopata” e sugerir que ele “vá a Cuba”. Hickel havia liderado uma campanha contra uma estátua da Liberdade em frente à loja Havan em Canela (RS). Hang defende sua liberdade de expressão e critica Hickel, alegando que ele está distorcendo os fatos para ganhar fama.

Ver mais >>

Programas