Ações ajuizadas apontam uso de candidaturas femininas fictícias por três partidos para burlar a cota mínima exigida por lei e podem levar à perda de mandatos na Câmara Municipal de Manaus
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Três partidos políticos que elegeram vereadores para a Câmara Municipal de Manaus em 2024 estão no centro de um escândalo eleitoral com potencial de mudar a composição da Casa nos próximos meses. O Ministério Público Eleitoral (MPE) apresentou pareceres apontando fraude na cota de gênero em ações contra o partido Democracia Cristã (DC), o Avante e a Federação Brasil da Esperança (formada por PT, PCdoB e PV).
As investigações se referem ao uso de candidaturas femininas fictícias — conhecidas como “candidaturas laranja” — para o cumprimento formal da regra legal que exige ao menos 30% de candidaturas de cada gênero nas eleições proporcionais. A prática, segundo o MPE, viola diretamente o objetivo da Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97), que busca ampliar a representatividade feminina na política.
O caso mais emblemático envolve a candidata Jakeline de Souza, apresentada pela Federação Brasil da Esperança. Segundo o Ministério Público, Jakeline obteve apenas seis votos e não realizou nenhum ato de campanha, sequer apresentou movimentações financeiras ou materiais de divulgação eleitoral. Em vez disso, utilizava seus canais digitais para promover um canal pessoal de YouTube. A Promotoria classificou a candidatura como um “instrumento de aparência formal”, criado exclusivamente para viabilizar o registro da chapa. O parecer solicita a cassação dos diplomas de todos os eleitos pela federação, inclusive o vereador Jaildo Oliveira (PV), e a inelegibilidade da candidata por oito anos.
No caso do DC, o Ministério Público identificou irregularidades ainda mais explícitas. Além de candidaturas femininas com contas zeradas, a sigla teria registrado um homem, Wallace Oliveira, como sendo do gênero feminino, para atingir a proporção exigida por lei. A ação também aponta a inclusão indevida da candidata Joana Cristina da Costa, que sequer estava filiada ao partido à época. O parecer solicita a nulidade do Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP) e a consequente cassação do mandato do vereador Elan Alencar (DC), eleito com 8.611 votos.
O terceiro parecer, contra o partido AGIR, relata a inclusão das candidatas Luana Patrícia Albuquerque e Manilze Ferreira de Souza, que, segundo a Promotoria, sequer fizeram campanha, não arrecadaram nem gastaram recursos e receberam votações extremamente baixas. Embora o AGIR não tenha eleito vereadores em Manaus, a cassação do DRAP pode afetar o cálculo de quocientes eleitorais e, com isso, alterar a configuração de cadeiras.
Além desses pareceres, outros nomes foram citados em reportagens que acompanham o caso, como os vereadores Eduardo Alfaia (Avante) e Raiff Matos (PL), embora ainda não haja parecer formal do MP sobre essas legendas. Já Jander Lobato, eleito pelo PSD, foi mencionado nas reportagens, mas até o momento não há indícios de que o seu partido esteja entre os investigados judicialmente.
De acordo com os promotores eleitorais, a fraude à cota de gênero ocorre quando partidos utilizam mulheres como “figurantes” apenas para preencher a exigência legal, sem que elas tenham a mínima intenção de disputar votos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já firmou jurisprudência determinando que, quando confirmada a prática, toda a chapa é considerada nula, com cassação dos mandatos dos beneficiados, mesmo sem participação direta na fraude.
O caso segue em tramitação na 62ª Zona Eleitoral de Manaus e, caso os pedidos do Ministério Público sejam acatados pelo TRE-AM, os vereadores envolvidos perderão os mandatos, e seus votos serão anulados, com redistribuição das cadeiras entre as demais siglas com base na nova contagem de quocientes partidários.
Veja os documentos:
Leia mais: Justiça Eleitoral marca audiências em casos de suposta fraude à cota de gênero em Manaus
A Prefeitura de Manaus recuou da tentativa de aprovar o Projeto de Lei nº 242/2025, que tornaria obrigatório o uso do cartão PassaFácil por idosos no transporte coletivo. A proposta foi retirada da pauta pelo líder do prefeito, vereador Eduardo Alfaia, após críticas no plenário. Parlamentares de diversos partidos chamaram o projeto de retrocesso. O Executivo justificou a medida como forma de combater fraudes, mas reconheceu a necessidade de mais diálogo.
O candidato à Prefeitura de Caapiranga em 2024, Francimar Ramalho, teve as contas de campanha desaprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM). A Corte identificou omissão de despesas com serviços contábeis e advocatícios custeados com recursos do fundo eleitoral. As irregularidades representaram 58,45% do total declarado, superando o limite permitido pela Justiça Eleitoral. O juiz Marco Aurélio Palazzi Palis determinou a devolução de R$ 12 mil ao Tesouro Nacional.
A ministra Maria Isabel Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o recurso apresentado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) contra decisão da Justiça de Minas Gerais que o condenou a pagar indenização por danos morais no valor de R$ 30 mil à deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), por declarações consideradas transfóbicas.
A Prefeitura de Rorainópolis (RR) firmou contrato de R$ 1.321.350,00 para aquisição eventual de redes de dormir e mosquiteiros, conforme publicação no Diário Oficial dos Municípios desta terça-feira (10). A contratação foi feita por adesão à Ata de Registro de Preços nº 016/2023 com a empresa D.S. Empreendimentos Ltda, que atende à Secretaria de Bem Estar Social. A empresa atua principalmente com desenho técnico, mas também comercializa artigos de cama, mesa e banho.
A Prefeitura de Uarini firmou contrato no valor de R$ 1,2 milhão com a empresa Lima Construção Ltda para execução de serviços de recuperação de ruas em concreto e operação tapa-buraco com asfalto frio. A contratação foi realizada pela gestão do prefeito Marcos Martins. A empresa, também conhecida como Rocal Engenharia, tem sede em Manaus, capital social de R$ 1 milhão e é administrada por Carlos Alberto Pereira de Lima
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