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Legislativo - 31 de janeiro de 2025
Foto: Divulgação

Plínio Valério solicita investigação sobre acordo entre governo Lula e multinacional Ambipar

O contrato, que não passou por licitação nem consultou as partes interessadas, concede à empresa o direito de gerir os territórios indígenas em uma ampla área do país, sem a devida transparência

Por: Redação
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O senador Plínio Valério (PSDB-AM) deu o primeiro passo para solicitar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) após encaminhar ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, um pedido de investigação sobre um contrato controverso firmado pelo Ministério dos Povos Indígenas com a gigante multinacional Ambipar. O contrato, que não passou por licitação nem consultou as partes interessadas, concede à empresa o direito de gerir os territórios indígenas em uma ampla área do país, sem a devida transparência.

De acordo com o contrato, a Ambipar terá o controle sobre 14% do território nacional, que engloba as áreas mais ricas em biodiversidade e minerais do país. O senador Plínio Valério criticou veementemente a parceria, que foi firmada durante o Fórum de Davos, na Suíça, e que ele considera um dos maiores escândalos do atual governo. Ele questionou o rápido crescimento das ações da empresa na Bolsa de Valores, levantando suspeitas sobre o que estaria por trás desse aumento e denunciando a falta de licitação, consulta aos povos indígenas e a ausência de autorização do Congresso Nacional.

Em seu ofício, o senador pediu ao procurador-geral da República que investigue as irregularidades do processo, que ele considera uma clara violação das leis brasileiras e um favorecimento de uma empresa privada sem a devida transparência. Plínio também apontou o risco de o acordo permitir a exploração indevida de recursos naturais em terras indígenas, além de abrir portas para negócios escusos e projetos que podem prejudicar a preservação ambiental.

Não é o primeiro contrato polêmico envolvendo o Ministério dos Povos Indígenas e a Ambipar. Em 2024, o governo federal firmou cinco contratos com a empresa, somando R$ 480,9 milhões, todos voltados para a prestação de serviços em territórios indígenas, como a locação de aeronaves e helicópteros. Três desses contratos foram feitos sem licitação, o que intensifica a suspeita de favorecimento.

O maior contrato foi assinado em 6 de dezembro de 2024, entre a Ambipar e a Fundação Nacional do Índio (Funai), no valor de R$ 266,7 milhões. A empresa se comprometeu a fornecer serviços logísticos de transporte de cestas de alimentos, equipamentos e insumos para comunidades indígenas nas regiões do Amazonas e Roraima. A área abrangida pelo contrato é de 9,6 milhões de hectares, e o objetivo é atender 27 mil indígenas das etnias Yanomami e Ye’kwana.

Outro contrato, no valor de R$ 185,9 milhões, foi firmado entre a Ambipar e o Ministério dos Povos Indígenas para a locação de aeronaves no território Yanomami, sem licitação. O governo justificou a dispensa de licitação alegando uma situação humanitária, devido aos problemas de saúde dos indígenas da região, agravados pelo garimpo ilegal.

Além disso, dois contratos com a Ambipar foram firmados pelo Ministério da Saúde, também sem licitação, para a locação de aeronaves para atender os distritos indígenas do Alto Rio Juruá e Alto Solimões, nos estados do Amazonas e Acre. Esses contratos somam cerca de R$ 11 milhões.

Outro contrato firmado em outubro de 2024, no valor de R$ 1,2 milhão, também envolveu a locação de aeronaves pela Ambipar para atender à Coordenação Regional do Alto Solimões da Funai.

Esses contratos e o processo envolvendo a Ambipar levantam sérias questões sobre a legalidade e a transparência das negociações, além de sugerirem possíveis irregularidades no favorecimento de uma empresa privada em detrimento dos direitos dos povos indígenas. Plínio Valério exigiu que o Ministério Público Federal investigue essas ações imediatamente, a fim de garantir a conformidade com a legislação e a proteção dos direitos indígenas e ambientais.

Leia mais: Plínio busca anular acordo polêmico entre governo Lula e Ambipar para gestão de terras indígenas

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DENÚNCIA PRESIDENTE FIGUEIREDO

O TRE-AM acatou denúncia que pode levar à cassação da chapa eleita em Presidente Figueiredo, composta por Fernando Vieira (PL) e Marcelo Palhano (PL). A ação, movida por PSB, Solidariedade e PMB, alega fraude na cota de gênero, apontando que a candidatura de Fabíola Oliveira Pereira foi fictícia. A denúncia pede a anulação dos votos do PL e a inelegibilidade dos envolvidos. O juiz Roger Luiz Paz de Almeida deu cinco dias para defesa, e o MP Eleitoral foi acionado.

10/02
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PONTO ELETRÔNICO

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), voltou a prometer a implantação do ponto eletrônico para servidores municipais, compromisso feito inicialmente em 2022. Durante discurso na Câmara Municipal nesta segunda-feira (10), ele afirmou que o sistema será adotado ainda este ano. A medida busca aumentar a transparência e evitar fraudes, como servidores que recebem sem trabalhar. No entanto, dois anos após o primeiro anúncio, o controle eletrônico segue sem previsão concreta de funcionamento.

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O MPAM abriu um inquérito para investigar possível improbidade na contratação da empresa PUMP pela ManausCult para o evento “Sou Manaus – Passo a Paço 2023”, que teve David Guetta como atração principal. A apuração foca na transparência da chamada pública nº 007/2023 e no uso de recursos públicos. O cachê do DJ, estimado em R$ 6 milhões, gerou polêmicas. O prefeito David Almeida afirmou que a iniciativa privada contribuiu com R$ 22 milhões dos R$ 28 milhões do evento.

10/02
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REAJUSTE PASSAGEM

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), anunciou nesta segunda-feira (10) que a tarifa do transporte coletivo pode ser reajustada para R$ 5. Atualmente, a passagem custa R$ 4,50, com subsídio municipal de R$ 4,50. Com o aumento, o valor pago pelos usuários subiria para R$ 5, e o subsídio cairia para R$ 4. Ainda não há data definida para o reajuste. O MPAM acompanha o processo por meio da 81ª Prodecon, que fiscaliza o aumento previsto para 2025.

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DIRETOR DETRAN

David Fernandes dos Santos é o novo diretor-presidente do Detran-AM, substituindo Wendell Waughan Monteiro. Sua nomeação será publicada no Diário Oficial nesta quarta-feira (5/2). Filiado ao PP, ele já presidia o Conselho Estadual de Trânsito (Cetran) e atuava como diretor-técnico do órgão. Fernandes, de 36 anos, é graduado em Direito e Gestão Pública, além de possuir pós-graduações em Direito Penal e Planejamento de Trânsito.

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