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Legislativo - 27 de outubro de 2021
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Defensoria Pública revela irregularidades da Amazonas Energia em depoimento na CPI

Os membros da CPI da Amazonas Energia destacaram as irregularidades descritas pela Defensoria Pública, como emissão de laudo sobre medidor de energia unilateral e não-oficial e o descumprimento da Lei Estadual n. 5.145/2020

Por: Redação
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Manaus | AM | Com informações da assessoria de imprensa

Na tarde desta terça-feira (26), no miniplenário Cônego Azevedo da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Amazonas Energia realizou sua 6ª reunião recebendo o depoimento do representante da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), o defensor público Christiano Pinheiro da Costa.

Os parlamentares que participam da comissão destacaram as irregularidades descritas pelo convidado da CPI, como emissão de laudo sobre medidor de energia unilateral e não-oficial e o descumprimento da Lei Estadual n. 5.145/2020, que proíbe cortes de energia durante a pandemia.

O convidado, que também é o coordenador do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da DPE-AM, iniciou o depoimento revelando que, nos últimos 3 anos, cerca de 50% das reclamações que chegam ao Nudecon são relativas ao fornecimento de energia elétricas e desse total, aproximadamente 48% são ações individuais que a Defensoria ajuíza.

“Quase todas reclamações são em relação à revisão de valores exigidos como recuperação do faturamento pela empresa. Nesses casos, os contadores que são retirados voltaram com um aviso que um laudo unilateral foi realizado e detectou desvio de energia. Os laudos não são sequer entregues aos consumidores”, denunciou o defensor público.

O presidente da CPI, deputado Sinésio Campos (PT), perguntou ao depoente se os cortes de energia, por endividamento, continuaram a ser feitos  apesar da Lei n. 5.145/2020 ter proibido a prática durante a pandemia. “A empresa continuou cortando a energia elétrica da casa das pessoas. Recebemos reclamações sobre o descumprimento tanto de decisões judiciais anteriores como da Lei Estadual. No meu entendimento, parece que a empresa obedece apenas a regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e ignora toda legislação atual a respeito de sua atuação”, destacou Christiano Costa.

Ao ser questionado pelo deputado Dermilson Chagas (Podemos) sobre o número de ações que os consumidores assistidos pela DPE-AM conseguiram ganho de causa, o defensor revelou que 70% dos assistidos pelo órgão têm êxito nas ações judiciais contra 30% de decisões favoráveis à empresa. O parlamentar também questionou como a empresa ainda usa laudos unilaterais se já existe um convênio da concessionária com o Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Amazonas (Ipem) para produção de laudos. Porém, o defensor disse desconhecer esse acordo.

O deputado Carlinhos Bessa (PV) questionou se após a privatização do serviço público houve  aumento das reclamações dos consumidores. “Sim, as reclamações aumentaram. Primeiro porque surgiram problemas de relacionamento. A empresa não abre um diálogo franco quando procurada e parece preferir ajuizar as ações a evitá-las. Segundo por conta do contexto criado pela pandemia desde março do último ano”, enfatizou o defensor público.

A partir do depoimento de Christiano Costa, a Comissão decidiu convocar a gerente operacional da Amazonas Energia, Sandra Farias, para depor e aguarda a entrega de dados da DPE-AM para decidir se convoca também o ex-chefe do setor jurídico da empresa.

A próxima reunião da CPI  será nesta quarta-feira (27), às 14h, com depoimento do presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Amazonas (OAB-AM), Nicolas Santos Carvalho Gomes.

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