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Poder Judiciário - 01 de abril de 2022
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Desmatamento na Amazônia: ministra Cármen Lúcia apresenta início do voto

De acordo com o Supremo Tribunal Federal, o julgamento da matéria será retomado na próxima quarta-feira (6), com a continuação do voto da relatora, a ministra Cármen Lúcia

Por: Redação
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Manaus | AM | Agência STF

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), começou, nesta quinta-feira (31), a apresentar seu voto no julgamento conjunto de ações sobre o desmatamento na Floresta Amazônica. Segundo ela, a questão discutida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n. 760 e na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) n. 54 não é só de interesse nacional, mas é de preocupação mundial. “As fronteiras são criadas pelo homem, mas a natureza não as conhece”, afirmou, ressaltando que​ 60% da Amazônia está no Brasil e a situação ambiental é gravíssima.

A ADPF foi ajuizada por sete partidos políticos – Partido Socialista Brasileiro (PSB), pela Rede Sustentabilidade, pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), pelo Partido Verde (PV), pelo Partido dos Trabalhadores (PT), pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e diz respeito ao Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm). Na ADO n. 54, a Rede questiona suposta omissão do governo em coibir o desmatamento na Amazônia.

Dever para com a humanidade

Após traçar um panorama histórico sobre o aumento do desmatamento na Floresta Amazônica, a ministra salientou que o Brasil se comprometeu a assegurar a proteção ambiental, tendo assinado pactos internacionais e assumido metas para alcançar esse objetivo. “Nosso País tem um dever com toda a humanidade, pelo impacto que a preservação ou a devastação representa na sobrevivência de todos os seres do planeta”, salientou.

A ministra Cármen Lúcia observou que, na análise da matéria, cabe a aplicação do princípio da proibição do retrocesso, que proíbe desfazer o que já foi conquistado, a fim de garantir um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Segundo ela, legislações e governos não podem alterar a progressividade protetiva de cuidados ambientais a partir de retrocessos subliminares, com a adoção de novas políticas, mas com atuação redutora, maquiando o intuito de esvaziar a tutela de direitos.

Discricionariedade

Na avaliação da ministra, a discricionariedade é incompatível com o estado de direito ambiental. Desse modo, em caso de risco de dano, é obrigatória a atuação estatal a fim de assegurar a proteção ao meio ambiente, aos recursos minerais, à água e aos povos indígenas. Para ela, as políticas públicas em matéria ambiental são passíveis de controle judicial em relação a possíveis ações e omissões.

A relatora observou que não é incomum que o poder público “faça de conta” que tem um aparato ambiental, mas mantém uma estrutura não funcional e descumpre o dever de agir de forma eficiente.

‘Cupinização institucional’

Segundo a ministra, a “cupinização democrática” corrói as instituições. “São os cupins do autoritarismo, do populismo, de interesses pessoais, da ineficiência administrativa, tudo isso junto a construir um quadro que faz com que não se tenha o cumprimento garantido da matéria constitucional devidamente assegurada”, destacou.

A ministra aceitou o argumento dos partidos de que existe um estado de coisas inconstitucional em matéria ambiental no Brasil e que, conforme alegado, há redução da fiscalização, abandono do PPCDAm sem a substituição por plano comprovadamente eficiente e eficaz, ausência de cumprimento dos recursos orçamentários, bem como enfraquecimento do quadro normativo ambiental pelas normas infraconstitucionais. O voto da relatora terá continuidade na próxima quarta-feira (6).

PGR

No início da sessão, o procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu o equilíbrio entre preservação ambiental e desenvolvimento econômico. Na sua opinião, as ações não contestam a validade de nenhuma lei federal, e a ADPF não é a via correta para “passar a limpo” todas as ações estatais na proteção da Amazônia.

Aras sustentou que questões sobre meio ambiente são de alta especialização técnica e comportam diferentes opções políticas. Assim, para cada questão existem múltiplas respostas, cabendo aos poderes públicos a escolha de políticas públicas que melhor se aproximem da resposta adequada para as demandas, especialmente as ambientais, em razão da sua complexidade.

#STF julgamento floresta amazônica cármen lúcia

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Notas do Poder

05/02
19:46

GOVERNO NOMEAÇÕES SECRETARIAS

O Governo do Amazonas anunciou mudanças no comando da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, do Idam e da Setemp. Caio André Oliveira assume a Cultura, Eliane Ferreira lidera o Idam, e Henry Walber Dantas é o novo secretário executivo da Setemp. As nomeações foram publicadas no Diário Oficial. Os três possuem experiência em gestão pública, com passagens por cargos estratégicos no estado.

 

05/02
19:42

CONTRATO PRESIDENTE FIGUEIREDO

O prefeito de Presidente Figueiredo, Fernandão Vieira, assinou contratos que totalizam R$ 1 milhão para fornecimento de água potável e serviços advocatícios. A empresa Amazon Spring receberá R$ 698,4 mil para abastecer a Secretaria de Infraestrutura por 12 meses. Já a Isaac Miranda Sociedade de Advocacia foi contratada por R$ 302,4 mil para atuar em processos administrativos no TCE-AM e TCU por um ano.

 

05/02
19:36

COMISSÕES ALEAM LEGISLATURA

Os deputados da 20ª Legislatura da Aleam definiram a composição das 24 Comissões Técnicas Permanentes, indicando presidentes, vices, membros e suplentes. As Comissões, regulamentadas pelo Regimento Interno, têm cinco titulares com mandatos de dois anos, podendo haver recondução. Elas analisam matérias legislativas antes da votação em Plenário. O presidente da Casa não pode presidir nenhuma Comissão.

05/02
19:34

MULTA EIRUNEPÉ LICITAÇÃO

O TCE-AM multou o prefeito de Eirunepé, Raylan Barroso, e o vice, Raimundo Sérgio, em R$ 13.654,39 por falhas no processo licitatório nº 008/2023. A punição ocorreu devido à falta de divulgação no Portal da Transparência, violando leis federais. O conselheiro Luis Fabian liderou a decisão, seguindo recomendação do MP. Houve divergência sobre o valor da multa, mas a penalidade foi mantida. A prefeitura foi orientada a seguir rigorosamente as normas.

03/02
19:34

GOVERNO NOVAS SECRETARIAS

O governador Wilson Lima anunciou a criação de três novas secretarias no Amazonas: Pesca, Direitos da Pessoa com Deficiência e Proteção e Bem-Estar Animal. As pastas visam fortalecer políticas públicas nesses setores. A proposta ainda precisa ser aprovada pela ALE-AM. Alessandro Cohen deve assumir a Secretaria de Pesca, enquanto a deputada Joana Darc é cotada para a de Proteção Animal. O projeto será analisado nas primeiras sessões legislativas do ano.

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