Posição, alinhada com as dos ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, destoa das manifestações do presidente, que faz campanha de difamação do sistema de votação
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São Paulo | SP
Nomeada há menos de um ano pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Corte que organiza e comanda as eleições no Brasil, a ministra substituta Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro avalia que o país passa por uma “recessão democrática”, lamenta a “perda de conexão” dos partidos com parcela da sociedade e faz uma defesa enfática do sistema eletrônico de votação usado no Brasil.
Ao lembrar que as urnas eletrônicas são usadas há 26 anos “sem nenhum indício idôneo” de violação, a juíza eleitoral Bucchianeri Pinheiro sustenta que “não há nenhuma justificativa suficiente que nos permitam duvidar da higidez, da integridade, da transparência do nosso processo eletrônico de votação”.
O fato de a urna eletrônica não ser ligada a nenhuma rede, argumenta ela, torna o equipamento inalcançável para hackers. “De sorte que questionar se seria possível invadir as urnas eletrônicas seria a mesma coisa que falar que seria possível invadir um liquidificador”, explica. A magistrada rebate ainda quem defende a adoção da impressão do voto, como faz Bolsonaro e seus seguidores, dizendo que isso, de fato, já existe o sistema eleitoral brasileiro.
“Encerrada a votação, isso é importantíssimo de esclarecer, imprime-se um boletim de urna [em cada seção eleitoral]. O que é o boletim de urna? É o voto impresso. Só que o voto impresso não individualizado”, diz ela.
Se alguém tem dúvida em relação à totalização dos votos depois apresentada pela Justiça Eleitoral, “basta pegar o boletim de urna e somar os votos de cada um”, prossegue. “Mas nunca se chegou a um resultado final, após atualização do TSE, que fosse diferente da somatória manual dos boletins de urna.”
Bucchianeri Pinheiro fez essas declarações na semana passada durante sua exposição num seminário internacional organizado pela Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais (Abrapel), entidade que reúne empresas e profissionais que lidam com levantamentos de opinião.
A posição, alinhada com as do atual, do anterior e do próximo presidente do TSE – Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, respectivamente – destoa das manifestações de Bolsonaro, que faz sistemática campanha de difamação do sistema brasileiro de votação.
Em junho do ano passado, quando oficializou a escolha de Bucchianeri Pinheiro para o TSE a partir de uma lista tríplice oferecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro já havia feito diversas manifestações depreciativas à urna eletrônica. Apenas duas semanas antes da nomeação, Bolsonaro disse, durante um evento evangélico em Anápolis (GO), que foi eleito em primeiro turno na disputa de 2018.
“Tenho provas materiais disso”, afirmou ele. “Mas o sistema, não é, a fraude que existiu, sim, me jogou para o segundo turno”, completou, sem apresentar as alegadas provas, no entanto.
Em 21 de junho no ano passado, dois dias antes da nomeação de Bucchianeri Pinheiro, o então corregedor-geral do TSE, Luís Felipe Salomão, havia estabelecido prazo de 15 dias para que Bolsonaro apresentasse evidências ou qualquer indício de fraude nas eleições de 2018. Até hoje, porém, o presidente da República, pré-candidato à reeleição neste ano, não apresentou provas, indícios ou evidências de fraudes em eleições realizadas com urnas eletrônicas.
Bolsonaro chegou a organizar uma ‘live’ com a promessa de mostrar as tais provas que alegava ter. Listou então uma série de boatos reciclados e já desmentidos, mas, no decorrer da própria transmissão, admitiu que
“não temos provas”. Apesar disso, continuou alimentando suspeitas contra o sistema eleitoral.
Em seu currículo, Bucchianeri Pinheiro já trabalhou para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – quando o petista, ainda preso, tentava se inscrever para a eleição de 2018 – e para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ela o defendeu num processo movido por sua ex-mulher.
O prefeito de Lábrea, Gerlando Lopes, autorizou um gasto de R$ 1,2 milhão para contratar uma agência de viagens, conforme publicado no diário da Associação Amazonense de Municípios (AAM). A vencedora do Pregão Eletrônico nº 009/2025 foi a Bilacorp Viagens e Turismo LTDA, que garantiu o contrato por R$ 1.265.250,00. A empresa, com sede em São Caetano do Sul (SP), prestará serviços de agenciamento de viagens, incluindo passagens aéreas para as secretarias municipais.
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) abriu ação civil pública para investigar os gastos da Prefeitura de Maraã com os festejos do 56º aniversário do município, realizados em março. A Promotoria questiona a legalidade e proporcionalidade das despesas diante das carências locais em infraestrutura, saúde e educação. O prefeito Edir Costa (União Brasil) tem 48 horas para apresentar documentos que comprovem que os investimentos não comprometeram serviços essenciais.
O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), afirmou que gastou R$ 18 mil em sua viagem a Saint Barth no Carnaval, com recursos próprios. Ele negou irregularidades e disse que viajou no mesmo avião do governador do Amazonas. O TCE-AM e o MPAM investigam se houve uso de dinheiro público ou envolvimento de fornecedores da prefeitura. “Cada um pagou suas despesas, sem nenhum centavo de recurso público”, declarou Almeida em entrevista após evento no CCC.
O TCE-AM aceitou uma representação da empresa I. O. Barbosa Ri Projetos contra a Prefeitura de Barreirinha por possíveis irregularidades em processos licitatórios. A denúncia, com pedido de medida cautelar, alega ilegalidades nos procedimentos administrativos. O tribunal reconheceu a legitimidade da ação e encaminhou o caso ao relator, que avaliará medidas urgentes para evitar danos aos cofres públicos. A prefeitura e a empresa foram notificadas, e as investigações seguem em andamento.
O STF aceitou, por unanimidade, a denúncia contra Jair Bolsonaro e ex-integrantes de seu governo por tentativa de golpe após as eleições de 2022. O relator Alexandre de Moraes destacou provas de crimes nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Ministros como Cármen Lúcia reforçaram a necessidade de proteger a democracia. Entre os denunciados estão Ramagem, Garnier e Braga Netto. O processo seguirá com direito de defesa, podendo resultar em condenação ou absolvição.
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