O município de Eirunepé passa por situação de irregularidade no suprimento do soro antiofídico, de medicamentos para o tratamento da doença de chagas, além de discriminação a pacientes indígenas
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Manaus | AM | Com informações da assessoria de imprensa
O Ministério Público Federal (MPF) recomendou medidas para proteção dos direitos à saúde de indígenas do município de Eirunepé, após relatos de recusa no atendimento, discriminação, além de demora e poucas unidades do suprimento do soro antiofídico para população e a falta de medicamentos para Doença de Chagas.
Foram relatados frequentes casos de acidentes ofídicos, assim como a discriminação e a recusa de atendimento aos indígenas pelo Hospital Regional de Eirunepé, inclusive pela falta de documentos pessoais. A recomendação foi enviada ao prefeito municipal de Eirunepé, à Secretaria Municipal de Saúde, à Secretaria de Estado de Saúde (SES) e à Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), para que viabilizem os recursos materiais e logísticos que garantam a regularidade no suprimento do soro antiofídico e dos medicamentos para o tratamento da doença de chagas no município.
Ainda de acordo com a recomendação, deve ser implementado o serviço de Ouvidoria no Hospital Regional de Eirunepé, com indicação de servidor responsável pela função, afixação de placa informativa em local visível, participação da Fundação Nacional do índio (Funai) e usuários de saúde indígena em sua discussão e implementação.
Outra medida recomendada é a adequação do atendimento no Hospital Regional de Eirunepé e na rede de saúde local aos povos indígenas, respeitando a cultura, a língua, as tradições e os hábitos alimentares, por meio da contratação de intérpretes, entre outros direitos. O MPF estabeleceu prazo de 30 dias para envio do cronograma e a comprovação documental da garantia de regularidade.
Casos
A Coordenação Técnica Local da Funai, em Eirunepé, relatou a falta de soro antiofídico na unidade hospitalar da cidade, o que levou a morte o indígena Oki Francisco Kanamari, em setembro de 2019. De acordo com a Funai, o paciente passou nove dias sem atendimento e foi preterido no atendimento de tratamento de fora de domicílio (TFD), pois o transporte contemplava oxigênio para apenas um paciente.
A FVS-AM apontou, em agosto de 2019, que o estoque de soro antiofídico no município de Eirunepé era considerado crítico, constando apenas duas ampolas de soro antibotrópico e nenhuma ampola de soro antibotrópico-laquético, sem ter havido comunicação em tempo hábil da Prefeitura de Eirunepé sobre o caso.
A Coordenação Técnica Local da Funai relatou ainda a ausência de remédio para doença de chagas no município, em janeiro de 2020. Uma criança indígena diagnosticada com esta doença passou 12 dias sem o tratamento adequado, na Casa de Saúde Indígena, conforme o relato.
Atendimento à saúde
O MPF destaca, na recomendação, que o atendimento de saúde deve levar em consideração a realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas, e que o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena deve ser pautado por uma abordagem diferenciada e global, contemplando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional.
A recomendação estabelece prazo de 60 dias para que prefeitura, a secretaria municipal, a SES e o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Médio Solimões realizem maior integração entre os órgãos de apoio aos indígenas na região, sugerindo-se a criação do Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI) Saúde indígena em Eirunepé.
O MPF ressalta a disposição para apoio e articulação e aponta que há reuniões frequentes de diversas entidades públicas e privadas, denominada provisoriamente de Rede de Apoio Madjá-Kulina, com objetivo de trabalhar os direitos e situações de vulnerabilidade enfrentados por este povo na região do Juruá, que pode ser o ponto focal do sugerido grupo de trabalho.
O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) admitiu uma representação com pedido de medida cautelar contra a Prefeitura de Presidente Figueiredo por possíveis irregularidades no Edital de Credenciamento nº 007/2025. O documento foi protocolado por Kesia Silva dos Santos e tem como alvo a contratação de serviços médicos especializados no município.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, por unanimidade, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão por coordenar a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. O julgamento, concluído nesta quarta-feira (14), teve o voto decisivo do ministro Luiz Fux, que acompanhou o relator, Alexandre de Moraes. Além da pena de prisão, Zambelli teve a perda do mandato determinada, decisão que ainda depende de aval da Câmara dos Deputados.
No Amazonas, o Maio Laranja, que marca o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (18/05), ganha força com uma série de iniciativas lideradas por parlamentares do União Brasil e pelo governador Wilson Lima, presidente estadual da sigla. As medidas reforçam o compromisso com o combate ao abuso e à exploração sexual de menores e consolidam o partido como protagonista na luta pelos direitos da infância no estado.
O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) admitiu uma representação contra o prefeito de Apuí, Antônio Marcos Maciel Fernandes, por possíveis irregularidades na gestão de recursos públicos. A ação foi instaurada com base na manifestação nº 158/2025, da Ouvidoria do TCE, e encaminhada pela Secretaria de Controle Externo (Secex).
O TCE-AM determinou auditoria nos recursos do Fundeb usados pela Semed em 2023, sob gestão de Dulce Almeida, irmã do prefeito David Almeida. A decisão, com base em denúncia do MPC, aponta falta de transparência e má gestão. O Tribunal identificou irregularidades em pagamentos e falta de adequação nas despesas. A auditoria será feita pelo DEAE, e o CACS-Fundeb deverá reforçar a fiscalização. A Semed foi notificada e pode sofrer sanções se descumprir as medidas.
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