Promotoria apura irregularidades em adesões ao Manausmed e contrato de R$ 108 milhões com a Hapvida; servidores relatam descontos não autorizados e ameaça de demissão
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O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) instaurou uma investigação para apurar possíveis descontos compulsórios nos salários de servidores comissionados da Prefeitura de Manaus, administrada pelo prefeito David Almeida (Avante). A apuração está sob responsabilidade da 77ª Promotoria de Justiça Especializada na Proteção do Patrimônio Público.
De acordo com a portaria nº 0009/2025/77PJ, publicada no dia 6 de maio, o órgão apura não apenas os descontos de 4,5% do salário para custeio do plano Manausmed — atualmente operado pela empresa Hapvida —, mas também supostas inscrições compulsórias de servidores no serviço, contrariando o Decreto Municipal nº 5.657/2023, que estabelece a adesão como facultativa. Um dos documentos analisados pelo MP-AM é um contracheque que mostra o abatimento de R$ 87,56 referente ao plano de saúde, além de outro desconto identificado como “tx.insc.-ManausMed”, no valor de R$ 72,68.
Denúncia na CMM e indícios de coação
A denúncia ganhou repercussão após o vereador Rodrigo Guedes (Progressistas) se manifestar publicamente sobre o caso. Segundo o parlamentar, os servidores foram coagidos a aderir ao plano sob ameaça de demissão, e os descontos são semelhantes aos identificados na recente operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União contra fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “O prefeito David Almeida está promovendo na Prefeitura de Manaus um escândalo semelhante ao do INSS. A Manausmed foi privatizada para a Hapvida e, agora, os servidores comissionados são obrigados a pagar pelo plano de saúde, mesmo sem consentimento”, declarou Guedes nas redes sociais.
Contrato milionário com a Hapvida
Em janeiro de 2024, a Prefeitura de Manaus contratou a Hapvida Assistência Médica Ltda por R\$ 108,4 milhões para prestar serviços de saúde e odontológicos aos servidores municipais. A licitação também contou com a participação da Samel Plano de Saúde e da Mais Saúde Administradora de Benefício Ltda, mas a proposta da Hapvida foi considerada a de menor preço.
Contudo, a contratação da empresa foi alvo de críticas na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Durante uma audiência, foi revelado que, em 2022, a Hapvida ultrapassava o limite de 15% no Índice Geral de Reclamações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o que, segundo o edital do pregão eletrônico 02/2024, a tornaria inelegível para a contratação. Além disso, há denúncias recorrentes sobre superlotação nos hospitais da rede e falhas no atendimento da operadora, o que levanta questionamentos sobre a entrega da saúde dos servidores municipais a uma empresa com esse histórico.
Privatização do Manausmed
A mudança na gestão do plano de saúde ocorreu em dezembro de 2023, quando o prefeito David Almeida oficializou a substituição do tradicional Manausmed pela administração privada da Hapvida. Segundo dados da própria Prefeitura, o plano atende atualmente mais de 28 mil servidores segurados e mais de 12,7 mil dependentes.
Pela primeira vez desde 2022, petistas e bolsonaristas aparecem empatados em apoio popular, com 35% cada, segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 10 e 11 de junho. A queda dos petistas coincide com a crescente reprovação ao governo Lula, enquanto o apoio a Bolsonaro se mantém estável, mesmo após seu julgamento no STF. O levantamento ouviu 2.004 pessoas em 136 cidades do país, com margem de erro de dois pontos percentuais.
A Prefeitura de Manaus contratou, sem licitação, a empresa MIRAX Segurança LTDA. por R$ 20,7 milhões para serviços de vigilância armada e desarmada. A dispensa se baseia na nova Lei de Licitações, alegando situação emergencial. O contrato visa proteger bens públicos e garantir o funcionamento dos órgãos municipais. A empresa é sediada em Manaus e atua desde 2019 no setor de segurança privada.
O Banco Central elevou a Selic para 15% ao ano, maior nível desde 2006, visando conter a inflação persistente. A medida, porém, encarece o crédito, reduz o consumo e pode comprometer o crescimento econômico. O BC projeta um PIB de 1,9% em 2025, abaixo da estimativa de 2,2% do mercado. A alta da taxa pode pressionar ainda mais a atividade econômica no país.
O conselheiro Josué Cláudio, do TCE-AM, deu prazo de cinco dias úteis para que a Câmara de Manaus se manifeste sobre possíveis irregularidades na tramitação da LDO 2026. A representação, feita pelo vereador José Ricardo, aponta ausência de audiências públicas. O pedido de medida cautelar foi negado inicialmente. A decisão está publicada no Diário Oficial nº 3574, de 16 de junho.
A Prefeitura de Manaus recuou da tentativa de aprovar o Projeto de Lei nº 242/2025, que tornaria obrigatório o uso do cartão PassaFácil por idosos no transporte coletivo. A proposta foi retirada da pauta pelo líder do prefeito, vereador Eduardo Alfaia, após críticas no plenário. Parlamentares de diversos partidos chamaram o projeto de retrocesso. O Executivo justificou a medida como forma de combater fraudes, mas reconheceu a necessidade de mais diálogo.
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