AO VIVO
Executivo - 29 de outubro de 2024
Foto: Reprodução/Internet

Interrupções no Programa Amazônia Conectada afetam 5 municípios do Amazonas por falta de manutenção

De acordo com um denunciante, embora o Exército declare não ser responsável diretamente pelo serviço de internet, a gestão da infraestrutura dos cabos subfluviais e equipamentos envolvidos é de sua inteira responsabilidade

Por: Redação
Compartilhe

Venha fazer parte do nosso grupo do Whatsapp e receba em primeira mão as notícias do momento!

Clique aqui

Cinco cidades do Amazonas enfrentam sérios problemas de conectividade devido à interrupção dos serviços de fibra ótica do Programa Amazônia Conectada (PAC), administrado pelo Exército Brasileiro.

O rompimento da fibra ótica entre Manacapuru e Coari (este último afetado), ocorrido em 2017, foi um dos pontos que contribuiu para a paralisação do programa. Um contrato de manutenção foi licitado no valor de R$ 772.860,00, com conclusão prevista para abril de 2019, mas os problemas persistem há 7 anos.

O PAC, uma iniciativa interministerial, foi criado com a proposta de implementar uma rede de internet na Amazônia utilizando cabos de fibra ótica subfluviais. O projeto é coordenado pelo Ministério da Defesa, com apoio dos Ministérios das Comunicações e da Ciência, Tecnologia e Inovação.

As cidades de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro, Barcelos e Tefé também estão sem sinal de internet de fibra ótica devido a problemas técnicos que persistem há vários meses, afetando serviços essenciais, como educação, telemedicina e comunicação.

São Gabriel da Cachoeira está sem fibra ótica desde 30 de março de 2024, totalizando 7 meses de interrupção. Santa Isabel do Rio Negro enfrenta a mesma situação desde junho de 2024, com 4 meses sem conexão. Barcelos está sem conectividade desde o final de agosto de 2024, totalizando 2 meses. Além dessas três cidades, Tefé está com rompimento da fibra ótica desde março de 2024, ampliando para 7 meses o período de interrupção.

De acordo com um denunciante, embora o Exército declare não ser responsável diretamente pelo serviço de internet, a gestão da infraestrutura dos cabos subfluviais e equipamentos envolvidos é de sua inteira responsabilidade. “Sem o funcionamento adequado dessa infraestrutura, o sinal jamais chegará às cidades afetadas, e o Exército recebe recursos federais para isso”, afirmou.

A principal razão para essas falhas de conexão seria a deterioração do cabo subfluvial, que conduz a fibra ótica por debaixo dos rios da região. Esse cabo, que tem a manutenção sob responsabilidade do Exército, apresenta rompimentos em diversos pontos, possivelmente causados por embarcações, âncoras ou simplesmente pela degradação natural do material ao longo do tempo.

Prefeituras inertes e problemas sem solução

Embora o Exército tenha sido acionado para resolver os problemas, a resposta, segundo fontes locais, tem sido insatisfatória. A Prefeitura de Barcelos chegou a enviar ofícios cobrando explicações e medidas para a recuperação da fibra, mas a resposta foi vaga e sem detalhes. Há relatos de que a solução só será encaminhada quando houver disponibilidade de recursos e materiais necessários, sem prazo definido para a execução do conserto.

Enquanto isso, os serviços públicos das cidades, especialmente na área da educação, são severamente prejudicados. Escolas estaduais que dependem da conectividade para a educação à distância estão sendo diretamente afetadas pela falta de internet, assim como a população que depende de serviços como telemedicina e comunicação.

Impacto econômico e falta de interesse político

A falta de conectividade também impacta diretamente as iniciativas da iniciativa privada, como provedores locais de internet. “Os prefeitos pouco se mobilizam para resolver.”, lamenta o denunciante ouvido pela reportagem.

Esse cenário de abandono revela o desinteresse de muitos gestores municipais em pressionar as autoridades responsáveis pela manutenção do cabo de fibra ótica. Em muitos casos, segundo as fontes, prefeitos sequer residem nos municípios afetados, dificultando uma resposta mais rápida para resolver o problema.

Programa Amazônia Conectada sem avanços

O PAC, lançado com o objetivo de conectar a Amazônia com internet de alta velocidade, está agora em um impasse. Segundo informações de bastidores, não há previsão para a solução dos problemas, e os municípios permanecem à mercê de um sistema que deveria garantir conectividade e inclusão digital, mas que se mostra ineficaz.

A população dessas cidades, especialmente em áreas isoladas, continua sofrendo com a falta de serviços essenciais. “As escolas, principalmente as estaduais, estão sendo gravemente prejudicadas. As municipais, que também dependem do programa, estão igualmente afetadas, mas as prefeituras não se movem”, afirma o denunciante.

Perspectivas futuras e possíveis ações

Embora a situação seja crítica, ainda há esperança de que a pressão da população e de setores afetados possa trazer algum alívio. Por enquanto, a região continua sem perspectivas de quando o serviço de fibra ótica será retomado. Os municípios seguem utilizando serviços de internet via satélite, que têm limitações e não conseguem atender a todas as necessidades da população.

Nota do Exército Brasileiro:

Prezados,

Atendendo à sua solicitação formulada por meio de mensagem eletrônica, de
22 de outubro de 2024, o Centro de Comunicação Social do Exército esclarece
que existe um rompimento no cabo óptico subfluvial próximo a Coari e um
rompimento no cabo óptico terrestre em São Gabriel da Cachoeira, por conta
de um desbarrancamento na Estrada de Camanaus. O reparo dos cabos está sendo
realizado por empresa contratada pelo Exército, com a previsão de que a
conectividade seja restabelecida até a primeira quinzena de novembro. Os
trabalhos de manutenção estão sendo prejudicados pela estiagem histórica na
bacia amazônica.

O Projeto Amazônia Conectada surgiu para implantar uma infraestrutura de
rede de dados de alta velocidade segura e confiável na Região Amazônica. A
partir dessa capacidade, o Exército vem realizando parcerias com diversas
instituições, ampliando o alcance dos benefícios da rede para a população,
contribuindo para a inclusão digital.

Por fim, esclarecemos que os rompimentos do cabo óptico subfluvial são
geralmente causados por âncoras de embarcações. Para evitá-los, estão sendo
reforçadas a divulgação da carta náutica com a localização dos cabos, assim
como as ações de conscientização da população local, com o objetivo de
evitar as ancoragens em áreas próximas.

Atenciosamente,

CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO

EXÉRCITO BRASILEIRO

BRAÇO FORTE – MÃO AMIGA

 

COMENTÁRIOS:

Nenhum comentário foi feito, seja o primeiro!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notas do Poder

14/01
16:43

TRANSIÇÃO GOVERNO AUTAZES

O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) manteve a decisão que obriga o ex-prefeito de Autazes, Andreson Cavalcante, a entregar documentos sobre a transição de governo após denúncia de irregularidades apresentada por Willian Menezes. A decisão, conduzida pelo conselheiro Júlio Assis Pinheiro, prevê penalidades em caso de descumprimento.

14/01
16:42

RENOVAÇÃO CONTRATO MANAUSCULT

A Manauscult renovou um contrato de R$ 2,6 milhões para a locação de um container por seis meses, com validade até junho de 2025. O contrato, firmado pelo secretário Jender Lobato, atende às demandas de eventos coordenados pela fundação, embora o uso exato do item não tenha sido detalhado.

14/01
16:40

SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

O prefeito de Presidente Figueiredo, Antonio Fernando Fontes Vieira (PL), anunciou nesta segunda-feira (13) o início do processo de reestruturação do município, diante dos problemas deixados pela gestão anterior da ex-prefeita Patrícia Lopes (União).

14/01
16:39

PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA

Multado em R$ 5 mil pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), o ex-candidato a prefeito de Coari, Raione Cabral (Mobiliza), foi penalizado por veicular propaganda eleitoral antecipada. Movida pelo pela coligação “Coari Rumo ao Futuro”, a ação do então candidato Adail Pinheiro (Republicanos), foi publicada no Diário de Justiça Eleitoral.

10/01
20:00

POSSE TJAM

O desembargador Jomar Ricardo Saunders Fernandes tomou posse como presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), ao lado de Airton Luís Corrêa Gentil, como vice-presidente, para o biênio 2025/2026, durante cerimônia realizada nesta quinta-feira (9) no Teatro Amazonas.

Ver mais >>

Programas