BR 319 recebe termo aditivo de R$ 100 milhões

O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) vai realizar um quinto aditivo para recuperação da BR-319. O motivo é a primeira revisão de projeto em fase de obras no Governo Lula

O valor dos trabalhos é de quase R$ 100 milhões. O extrato foi  publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira (30).

Pavimentação parada

Em 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, uma licença de pavimentação foi emitida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) para a pavimentação do “trecho do meio” que liga Manaus a Porto Velho, em Rondônia. Porém nada ainda foi feito após a entrada do governo Lula.

Ministra diz que virou lenda

Em maio deste ano, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados que apesar de ser cobrada há pelo menos uma década acerca da pavimentação, ninguém liberou a obra e que ‘virou lenda’.

“No caso da BR 319 o trecho precisa de uma avaliação ambiental estratégica. Eu saí do governo em junho de 2008, todo mundo falava e decantava a estrada, virou uma lenda que a ministra Marina Silva que não deixava fazer a estrada. Eu saí em 2008, se esse empreendimento fosse um empreendimento fácil, se não tivesse altíssimo impacto ambiental, se fosse um processo fácil, é possível que já tivesse sido feito”, afirmou.

Governo do Amazonas pode intervir

Em entrevista ao programa Boa Noite Amazônia da rádio e TV Onda Digital, o governador do Amazonas Wilson Lima (União Brasil) disse que está cobrando uma posição do Governo Federal em relação a situação da BR-319 e principalmente a área conhecida como ‘trecho do meio’, onde veículos ficam intrafegáveis. A fala vem diante da cobrança também sobre as pontes sobre os rios Curuçá e Autaz Mirim que desabaram em 2022.

“Em relação à BR-319 tive há mais ao menos 45 dias atrás com o ministro Renan Filho da Infraestrutura que garantiu a recuperação daquelas duas pontes que caíram ali na 319. Estão sendo retomadas também as obras do lote C, trecho que inclui algo em torno de cinquenta quilômetros. E aí eu conversando com o ministro falei sobre o trecho do ‘meião’, que é o trecho mais complicado e precisa de uma licença ambiental. O ministro me sugeriu e eu entendo isso como o caminho. Ter uma reunião com o presidente da República, com a ministra do Meio Ambiente, da Infraestrutura, para saber se há ou não interesse do Governo Federal, interesse político, em que efetivamente a BR-319 saia”, destacou o governador.

Wilson Lima destacou que a posição do Governo Federal precisa ser clara. Há seis meses no cargo, o governo Lula não sinalizou sobre as intenções com a recuperação da via.

“Se não houver essa disposição aí a gente vai saber a posição do Governo Federal. E assim podemos partir para outros caminhos. Vai para judicialização ou enfim…vai procurar outra forma para fazer com que a BR-319 seja pavimentada e permita fazer a sua função, que é garantir o direito de ir e vir”, enfatizou o governador do Amazonas.

Pavimentar sem desmatar

Um grupo de empresários se posiciona de forma favorável à pavimentação da rodovia. Porém os especialistas ambientais defendem a tese de que a pavimentação pode causar uma demanda maior no desmatamento da Amazônia.

Movimentos que são a favor das obras na BR-319 afirma que a rodovia ela já existe e recuperar a rodovia nada mais é do que manter algo que já existia na região, o que descarta a teoria de desmatamento, pois o trecho sem pavimentação onde passa a rodovia é cercado por área verde.

Texto: Hector Muniz, contribui Brendo Cidade

Foto: Reprodução