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Economia - 22 de novembro de 2023
Foto: Reprodução/internet

Economistas apontam consequências graves do preço de combustíveis acima da cotação internacional

O site O Poder coletou depoimentos de economistas e de um advogado especializado em tributação em relação à discrepância entre o preço de combustíveis adotado pela Petrobrás e a cotação internacional

Por: Filipe Távora
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“Os erros internos da Petrobrás elevaram o custo e isso vai ter impacto direto na inflação”. A declaração é do advogado especializado em Zona Franca de Manaus e tributação Eduardo Bonates, que conversou com o site O Poder na tarde desta quarta-feira (22) a respeito  dos preços de gasolina e óleo diesel da Petrobrás, que estão acima da cotação internacional. A equipe de reportagem questionou economistas sobre o assunto para entender o impacto do quadro sobre o país.

Segundo Bonates, o aumento de preços ocorreu devido a um erro da empresa na efetuação de um cálculo. A operação envolve os custos do cliente e de oportunidade. Na operação, a companhia realiza um cálculo de qual preço o petróleo atingirá, delineando também um valor de ganho à empresa.

“Esse cálculo acabou ficando mais caro que o preço internacional. Os preços da gasolina e diesel têm uma repercussão imediata no custo do Brasil. O que seria pior: o governo se envolver no custo direto, o que afetaria a Petrobrás na bolsa. Aí todo o mercado é abalado. De um jeito ou de outro, o desastre vem”, disse Bonates.

Políticas de preço

O economista Orígenes Martins considera que a discrepância entre os preços da Petrobrás e da cotação internacional se deve a uma falta de gerenciamento econômico e excesso de interferência política.

O profissional entende que o governo insiste em baixar, a qualquer custo, o preço dos combustíveis. As guerras da Ucrânia-Rússia e Israel-Hamas geram impactos no cenário brasileiro. Segundo Martins, não é possível que o Brasil acompanhe a cotação internacional porque a variação ocorre devido a problemas extraeconômicos, como os conflitos entre países.

“O Brasil é um produtor de petróleo que tem que vender o produto a outro país, para, depois, comprá-lo refinado. Não investimos em refinarias. Tivemos problemas de desvio de investimento a refinarias, que acabaram não construídas. Essa insistência do governo em não querer manter uma política de preço racional do ponto de vista econômico, querendo usar o preço do combustível de um ponto de vista político, acaba gerando um estouro. Temos, hoje, uma política de preços que é política e não econômica”, disse Martins.

Conflitos políticos

De acordo com o economista Altamir Cordeiro, a nova política do governo escolhe avaliar, primeiro, a tendência do mercado internacional para decidir se os preços podem ser alterados.

“É uma commodity que varia muito, dependendo do ânimo do mercado internacional. Guerras, por exemplo, afetam o preço dos combustíveis. Antes, quando se aumentava o preço do custo do petróleo, os preços dos combustíveis automaticamente se elevavam. Agora, o governo aguarda um pouco mais”, declarou.

Cordeiro afirmou, também, que a nova política do governo tem gerado repercurssões políticas. Ele citou um conflito entre o ministro de minas e energia Alexandre Silveira e o presidente da Petrobrás Jean Prates.

“Um tem decisão política, e o outro tenta levar para o lado técnico. A ala política quer que a Petrobrás busque sempre redução de preços, visando amenizar a carga da inflação e o desgaste do governo em relação a isso, que já ocorreu no ano passado. Essa nova política da Petrobrás é muito sensível. É preciso que haja uma ação de longo-médio prazo para evitar que a empresa tenha problemas . É importante haver convergência do governo com o presidente da Petrobrás. A política precisa ficar de lado com relação às questões técnicas”, disse.

Impactos

Para a economista Michele Aracaty, o impacto mais direto da diferença de preços entre os valores adotados pela Petrobrás e a cotação internacional é o da elevação de custos para empresas e consumidores. “O impacto mais grave é que esse preço do petróleo pode influenciar na decisão do Banco Central em interromper a trajetória de queda da taxa Selic, o que seria extremamente negativo à economia como um todo ”, afirmou.

As implicações do preço atual adotado pela Petrobrás é que haja aumento da inflação, conforme Cordeiro, o que gerará acréscimo do preço de alimentos e frete. Para o economista, é importante que o governo reveja esses valores. Caso haja possibilidade de redução, é preciso que não seja rápido, para que uma oscilação de preços não gere desgaste para o governo.

Martins acredita que o país precisa de investimentos urgentes em refinarias. Sem essas estruturas,  o país não seria autossuficiente, o que influenciaria o preço dos combustíveis.

Atualmente, a Petrobrás é, na composição acionária, uma sociedade de economia mista sob controle da União. Ela atua na indústria de óleo, gás natural e energia.

A diretoria da empresa é composta por um presidente e oito diretores executivos eleitos pelo Conselho de Administração, com mandato de até dois anos. São permitidas, no máximos, três reeleições consecutivas.

Gasolina #Petrobras diesel Cotação

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