Com a medida, endividamento do Estado pode ultrapassar R$ 21 bilhões; oposição cobra mais transparência sobre uso dos recursos
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A Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) aprovou nesta terça-feira (8), por maioria dos votos, o Projeto de Lei nº 171/2025, que autoriza o governo de Helder Barbalho (MDB) a contratar um novo empréstimo de até R$ 3,8 bilhões. O valor poderá ser obtido junto a instituições financeiras nacionais, com ou sem garantia da União, elevando o endividamento do estado para mais de R$ 21 bilhões.
O projeto, enviado pelo Executivo estadual, tramitou em regime de urgência e foi aprovado após passar por uma reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Fiscalização Financeira e Orçamentária.
De acordo com o governo, o recurso será destinado a dois programas: o Programa de Investimentos em Infraestrutura, Saneamento, Saúde, Desenvolvimento Urbano, Cultura, Esporte e Lazer (R$ 3,6 bilhões) e o Programa de Desenvolvimento Econômico (R$ 200 milhões), com foco na capitalização do Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado do Pará (FDE).
Críticas da oposição
Deputados da oposição criticaram a proposta, alegando falta de clareza na destinação dos recursos. Para o deputado Rogério Barra (PL), o texto aprovado representa um “cheque em branco” para o Executivo.
“Estamos chegando a R$ 22 bilhões em empréstimos nas gestões Helder um e Helder dois. E esse projeto sequer detalha onde os recursos serão aplicados. É um cheque em branco para gastar como quiser”, declarou.
A deputada Lívia Duarte (PSOL) também fez críticas à falta de informações: “Quem vai ao banco e pega três vezes mais do que pode pagar, sem dizer no que vai gastar? Se fosse qualquer um de nós, seria negado”.
Histórico de endividamento
Este é o sétimo empréstimo autorizado durante a atual gestão de Helder Barbalho, que já soma mais de R$ 13 bilhões em créditos desde 2023. Somando com a primeira gestão, o montante autorizado ultrapassa R$ 21 bilhões.
Levantamento publicado pela revista Veja aponta os principais destinos dos empréstimos já aprovados pela Alepa:
A base governista defende que os empréstimos são necessários para garantir investimentos estruturais no Estado, mas enfrenta crescente pressão para apresentar mais transparência na execução dos recursos.
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O governador Antonio Denarium exonerou Régys Freitas do cargo de controlador-geral do Estado após determinação da Justiça, a pedido da PF, que o investiga por desvio de mais de R$ 100 milhões na Uerr. Já Dilma Costa foi exonerada da presidência do Iteraima após ação do MPRR, sendo investigada por irregularidades fundiárias e atos de improbidade. Ambos os atos foram publicados no Diário Oficial de 8 de abril.
O MPAM instaurou dois procedimentos para fiscalizar a gestão do prefeito de Envira, Ivon Rates (MDB). Um apura a nomeação de James Pinheiro como controlador da Câmara Municipal, que pode ser exonerado se não comprovar formação exigida. O outro investiga falhas no transporte escolar, com prazo de 10 dias para a Secretaria de Educação prestar esclarecimentos.
A Prefeitura de Apuí homologou contrato de R$ 1,9 milhão com a Sigma Engenharia para a construção de uma nova Unidade Básica de Saúde (UBS). A decisão foi publicada no Diário Oficial do Município (Doma), após licitação sem pendências legais.
Débora Mafra foi nomeada Ouvidora Adjunta da Guarda Municipal, conforme publicado no Diário Oficial do Município, substituindo Jean Carlos Paula Rodrigues, exonerado na mesma edição. O ex-vereador Gedeão Amorim também foi nomeado, assumindo o cargo de subsecretário executivo de Projetos da Prefeitura de Manaus.
O controlador-geral de Roraima foi exonerado após ser ligado novamente a um esquema de desvio de mais de R$ 100 milhões da UERR, quando era reitor. A nova fase da operação da PF investiga 11 pessoas, incluindo o atual reitor, Claudio Travassos. Há suspeitas de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Foram apreendidos valores em espécie, inclusive em dólares e euros, e bens foram bloqueados. O governo afirma colaborar com as investigações.
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